Análise da qualidade de vida e prevalência de declínio cognitivo, ansiedade e sintomas depressivos em idosos

Silveira, M. M., & Portuguez, M. W. (2017). Analysis of life quality and prevalence of cognitive impairment, anxiety, and depressive symptoms in older adults. Estudos de Psicologia (Campinas)34(2), 261-268. doi:org/10.1590/1982-02752017000200007

Resenhado por Millena Bahiano
  
O envelhecimento constitui um processo natural do organismo que pode resultar em uma redução da vitalidade e mobilidade do indivíduo. Nessa fase do ciclo vital problemas cognitivos e emocionais também podem surgir comprometendo a qualidade de vida, a capacidade funcional e a independência dos adultos mais velhos. De forma geral, os centros de convivência de idosos tem buscado estimular a sociabilidade, autonomia e favorecer um aumento na qualidade de vida contribuindo assim, na minoração de danos à saúde física e mental do idoso.
O presente estudo foi realizado em dois centros de idosos localizados na cidade de Passo Fundo-RS e objetivou analisar a qualidade de vida e determinar a prevalência de ansiedade, sintomas depressivos e comprometimento cognitivo em adultos mais velhos. A amostra da pesquisa constou de 120 participantes, os quais eram frequentadores dos centros de idosos e apresentavam idade igual ou superior aos 60 anos. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram: questionário sociodemográfico e de saúde, Escala Geriátrica de Depressão (GDS 15), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), World Health Organization Quality of Life - BREF (WHOQOL-BREF) e Cognitive Examination Addenbrooke - Revised (ACE-I).
Dentre os resultados encontrados, viu-se que 78,3% dos participantes foram do sexo feminino, 21,7% do sexo masculino e a maioria (75%) possuíam entre 60 e 69 anos de idade. Em geral, os idosos apresentaram boa qualidade de vida, baixa prevalência de déficit cognitivo e baixos níveis de ansiedade e sintomas depressivos. Os autores evidenciaram que a participação e convivência estabelecida por pares nos centros de idosos favoreceram positivamente o estado emocional, a cognição e a satisfação com a vida. Além do mais, foi observado que os centros de idosos tendem a proporcionar aos adultos mais velhos o estreitamento das suas redes sociais, o desempenho de atividades físicas e entretenimento.
Por fim, o estudo tornou claro que a participação em centros de idosos foi considerado um preditor positivo contra o declínio da capacidade cognitiva e agravos à saúde mental do idoso. Ademais, entende-se que para a psicologia da saúde a elaboração de estratégias, por parte de psicólogos e profissionais de saúde, que visem a combinação de ações envolvendo a convivência de adultos mais velhos, atividades físicas e de lazer podem ser significativas na prevenção de adoecimento por transtornos depressivos e ansiosos e déficits cognitivos no período de envelhecimento.

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