Sintomatologia depressiva em idosos ativos e não ativos
Macedo, M. A. S. S., Oliveira, V. B., Oliveira, A. G., Abreu,
S. S. S., Duarte, S. F. P., & Lima, P. V. (2018). Sintomatologia depressiva
em idosos ativos e não ativos. Revista de Enfermagem da UFPI, 6(4),
33-39.
Resenhado por Gabriela de Queiroz
É possível
afirmar que o aumento da população idosa é o fenômeno demográfico mais evidente
na atualidade. Apesar do envelhecimento ser associado aos danos moleculares e
celulares que estão relacionados ao surgimento de diversas doenças crônicas, é
preciso considerar as particularidades de cada individuo e atentar não só a
quadros clínicos comuns à terceira idade, mas também aos principais transtornos
mentais aos quais estes indivíduos estão vulneráveis.
Dentre os
principais transtornos mentais que acometem a população idosa, destaca-se a
depressão. Devido a sua magnitude, a depressão é considerada um problema de
saúde pública, mas ainda assim não é tratada com a devida importância, quando
comparada a outros quadros clínicos. É preciso enfatizar a necessidade em
conhecer a sintomatologia depressiva especialmente na terceira idade, por haver
uma tendência ao subdiagnóstico, uma vez que seus sintomas são confundidos com
manifestações comuns do envelhecer.
O presente estudo
estimou a ocorrência de sintomas depressivos em 241 idosos, ativos e inativos,
em um município da Bahia, entre agosto e setembro de 2016. Constatou-se que
quanto a prática de atividade física, 21,6% (52) são ativos e 78,4% (189) estão
inativos. Nos idosos ativos, os sintomas depressivos mais presentes foram: dificuldade
para trabalhar 59,6%, fadiga 57,7%, preocupação com a saúde 53,9%
perda o interesse sexual 42,3 e
perda de apetite 42,3%. Já no grupo dos inativos, os sintomas mais frequentes
foram: fadiga 76,2%, dificuldade para o trabalho 76,2%, perda do interesse sexual,
72,4%, preocupação com a
saúde 66,1% e perda de apetite 55,5%.
Verificou-se
maior frequência de sintomatologia depressiva entre os idosos fisicamente inativos,
mulheres e pertencentes a classes sociais mais baixas. Dentre os sintomas mais
relatados, evidenciou-se a dificuldade para o trabalho, fadiga, perda da
libido, preocupação com a saúde e diminuição do apetite.
Com base nesses
achados, é possível afirmar que a atividade física é considerada um fator de
proteção e promoção de saúde, e aos poucos vem sendo indicada como um
tratamento alternativo para a depressão. A atividade física, além de auxiliar
na diminuição do sofrimento mental do idoso, oferece oportunidade de interação
social e elevação da autoestima.
Por fim, ao
considerar a psicologia da saúde um campo que tem por objetivo a promoção e
manutenção da saúde, bem como a prevenção de doenças, é possível destacar os
benefícios psicológicos que a prática de atividade física pode proporcionar ao
idoso: melhora da autoestima; redução do estresse; proteção do sistema cognitivo,
prevenindo assim as doenças degenerativas; reforça o sistema imunológico, que é
prejudicado pelos transtornos mentais; e aumento da disposição. Sendo assim,
conclui-se que a atividade física é um fator promotor de saúde, bem-estar e
qualidade de vida, além de ser recomendado por médicos e psicólogos como
recurso que auxilia no tratamento da depressão.
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