A vivência de mulheres com Lúpus Eritematoso Sistêmico

Alcântara, G. C.D., Aguiar, C. C. M. D., & Monteiro, K. C. C. (2011). A vivência de mulheres com lúpus eritematoso sistêmico. Revista de Psicologia, 78-85. 

Resenhado por Joelma Araújo 

O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença crônica que leva a muitas alterações, podendo comprometer vários órgãos e apresentar diversos sintomas, o que dificulta seu diagnóstico.  Pode ter períodos de remissão de sintomas e exacerbação. A relação entre o LES e os aspectos emocionais é bastante tênue, em que muitos estudiosos apontam os fatores psicológicos como disparadores ou exacerbadores das crises do lúpus. A maioria dos indivíduos acometidos pelo o LES são mulheres, estas podem passar por alterações que repercutem psicologicamente, por ser uma doença que interfere em aspectos como a autoimagem, prejudica a qualidade de vida e exige cuidados constantes e adaptação contínua.  
O estudo ora realizado é qualitativo. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas com seis mulheres diagnosticadas com LES e em acompanhamento ambulatorial.  Teve como objetivo principal investigar sobre a experiência de mulheres com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) e quais significados que atribuem às vivências relacionadas ao processo de adoecer.  
Dentre os relatos das pacientes, foi possível observar como desencadeadores de tristeza e angústia, o momento da definição diagnóstica e a imprevisibilidade da doença, pois a progressão e remissão dos sintomas são muito incertas. Com relação aos recursos de enfrentamento, aparecem nos depoimentos a prática da espiritualidade e as relações interpessoais. Os autores destacam que os sentidos atribuídos no momento da descoberta do diagnóstico, como tristeza e dificuldades em lidar, transformaram-se em novos sentimentos e atitudes através da prática da espiritualidade, e na medida em que se sentiam mais confiantes nas relações interpessoais e com a equipe de saúde. Outros recursos de enfrentamento também influenciaram, tais como manter-se ocupado ou desviando a atenção do problema. 
Portanto, a atuação do psicólogo da saúde, especificamente o profissional que atua no hospital, se desde o período de investigação diagnóstica, fortalecendo ou ajudando a suscitar recursos de enfrentamento necessários, bem como contribuindo para a compreensão diagnóstica, mediando o diálogo na relação equipe médica e paciente. Dessa forma, o profissional irá atuar para prevenir ou tratar possíveis repercussões psicológicas decorrentes do adoecimento físico, além de estimular a adaptação psicológica e proporcionar melhorias na qualidade de vida.  

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.