Estados emocionais e estratégias de enfrentamento de mães de recém-nascidos de risco

Loss, A. B. M., Caprini, F. R., Rigoni, P. V. M. D. S., & Andrade, B. L. S. D. (2015). Estados emocionais e estratégias de enfrentamento de mães de recém-nascidos de risco. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 8(1), 03-18.  

Resenhado por Franciely Santos 

O nascimento prematuro ocorre quando a gestação termina antes da 37ª semana, e geralmente os bebês nascem com baixo peso. Quanto menor o tempo de gestação maiores os riscos de-mortalidade, complicações na saúde, problemas funcionais e cognitivos. Nesse contexto, a mãe apresenta sentimento de tristeza e angústia, que podem aumentar os níveis de ansiedade. Parte desse sentimento se dá pela aparência frágil do bebê, afastamento mediante a hospitalização e até medo da perda. O objetivo da pesquisa foi avaliar os estados emocionais e estratégias de enfrentamento de mães de bebês prematuros e baixo peso ao nascer. 
Foi realizado um estudo descritivo com 13 díades mães-bebês, em uma amostra de conveniência. Os critérios de inclusão foram: que os bebês fossem prematuros e apresentassem baixo peso; serem egressos da UTIN; e o critério exigido por um dos instrumentos que é o bebê possuir idade mínima de 1 mês. Por parte da mãe, precisava concordar com a pesquisa. A coleta de dados foi feita no ambulatório de Pediatria do hospital-escola da Universidade Federal de Espírito Santo. Para tanto, foram utilizados os instrumentos: Entrevista para as mães, Escala “Modos de Enfrentamento de Problemas” - EMEP, Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp(ISL), Inventário de Depressão de Beck(BDI), Prontuários e Escala Bayley III- Scales of Infant and Toddler Development (Screening Test). 
As mães apresentaram idade média de 23 anos, 53,8% com um filho, 92,3% tinha alguma religião. Em relação aos estados emocionais, 61,5% das mães apresentaram algum nível de estresse; além disso, 46,2% apresentaram sintomas depressivos. A respeito das estratégias utilizadas, houve destaque para o Enfrentamento Focalizado no Problema e da Estratégia de busca de prática religiosa/ Pensamento Fantástico. Dentre os sintomas mais presentes, 75% eram de origem psicológica. Os bebês permaneceram internados por um tempo médio de 60,4 dias. A respeito da aplicação da Screening Test com os bebês, 84,6% obtiveram desempenho competente nas áreas cognitivas, 76,9% na comunicação receptiva, na comunicação expressiva 61,5% está emergente, ou seja, a habilidade está em desenvolvimento. 
De acordo com os resultados obtidos, os bebês estavam dentro da normalidade, apesar disso, recomendou-se que sejam acompanhados regularmente e que novas avaliações possam ser feitas como medida protetiva. Em relação as mães, elas observavam a equipe de saúde e ajudavam no cuidado ao bebê, como estratégia para solucionar o problema, a hospitalização. Após o mesmo receber alta, os níveis de estresse e depressão permaneceram, que pode ser explicado por diversos fatores, como a insegurança quanto a capacidade de cuidar e o ajuste da família para receber o bebê. 
Portanto, o nascimento prematuro do bebê pode trazer implicações no que diz respeito ao cognitivo e aspectos do desenvolvimento, além do risco maior de mortalidade. Nessa perspectiva, a mãe tem sentimentos de descontrole e tristeza, e o uso de estratégias de enfrentamento é fundamental para prevenção de danos a curto e longo prazo. A Psicologia da Saúde pode contribuir com estudos que visem a encontrar mais eficazes estratégias de enfrentamento para diminuição do sofrimento das mães, visto que o nascimento do bebê antes do esperado é uma situação estressora.

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