Estratégias de enfrentamento e qualidade de vida relacionada à saúde após o AVC
Coping strategies and health-related quality of life after stroke
Lo
Buono, V., Corallo, F., Bramanti, P., & Marino, S. (2017). Coping
strategies and health-related quality of life after stroke. Journal of Health Psychology, 22, 16-28.
doi: 10.1177/1359105315595117
Resenhado por Geovanna Turri
As estratégias de enfrentamento são
modalidades cognitivas e comportamentais empregadas para gerenciar o impacto
negativo de situações estressantes e a depender do sucesso ou falha deste
processo, o enfrentamento pode ser definido como funcional (adaptação) ou
disfuncional (aumento do estresse). Somente nos últimos anos, os estudos sobre
AVC estão começando a focar nos desfechos psicológicos, como qualidade de vida
e bem-estar subjetivo. Diante disso, o presente artigo realizou uma revisão
descritiva de estudos que investigaram se os níveis de qualidade de vida foram
influenciados pelas estratégias de enfrentamento utilizadas por pacientes com
AVC.
Os autores pesquisaram os bancos de
dados PubMed e Web of Science. Das 389 publicações iniciais, apenas 6 estudos
atenderam aos critérios de inclusão. Todos os estudos conduziram pesquisas com
506 sobreviventes de AVC e examinaram a associação entre qualidade de vida e estratégias
de enfrentamento. Os autores identificaram 8 medidas diferentes de qualidade de
vida e 3 medidas de enfrentamento.
Em geral, os resultados mostraram
que os pacientes que preferem estratégias de enfrentamento acomodativas ou
ativas tiveram uma melhor qualidade de vida após o AVC quando comparados aos
pacientes que adotaram o enfrentamento assimilativo. Após o AVC, muitos pacientes
relatam uma redução na qualidade de vida e o bem-estar parece ser o componente
mais afetado. Além disso, os autores também observaram que as consequências
emocionais do AVC, como sensação de perda e decepção com o processo de
recuperação, aumentaram o risco de um segundo AVC, bem como de morte.
Em suma, a presente revisão apontou algumas implicações importantes para a gestão preventiva que deve ser realizada durante a reabilitação e recuperação da atividade funcional pós AVC. Ressalta-se que mais atenção deve ser direcionada a fatores psicológicos, a fim de ajudar pacientes a criarem os recursos necessários para lidar com a vida após um AVC. Assim, a psicologia da saúde pode auxiliar pacientes gravemente prejudicados pelos déficits residuais do AVC, ajudando na modificação de estratégias desadaptativas durante a reabilitação. Por fim, ressalta-se que programas de treinamento podem aumentar o processo de aceitação das consequências e ajudar a otimizar a qualidade de vida após o AVC, se realizado na fase aguda.
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