Nível de estresse, exaustão profissional e coping em profissionais de enfermagem num serviço de cuidados paliativos em situações agudas

 Silva, N., J., R. & Neto, H., V. (2018). Nível de estresse, exaustão profissional e coping em profissionais de   enfermagem num serviço de cuidados paliativos em situações agudas. International Journal on Working Conditions, 15 , 96-112.

Resenhado por Franciely Santos

Os cuidados paliativos são voltados para pacientes que estão em situações de intenso sofrimento e/ou na fase terminal da vida. Tem o objetivo de auxiliar para que o enfermo nesse momento tenha uma melhor qualidade de vida, tentando amenizar o sofrimento, assim como auxiliando os familiares e preparando-os para a perda. Os profissionais que trabalham com esse direcionamento, além dos estressores diários que o ambiente institucional traz, a exposição frequente a situações de morte é visto como mais um fator de risco para o burnout. As estratégias de coping podem ajudar esses profissionais.

Foi utilizado nesse estudo um questionário sobre exposição a situações de estresse e exaustão profissional em atividades de saúde. Esse questionário foi dividido em 4 blocos. O primeiro relacionado a Escala de estresse em atividades de enfermagem(NSS), com 34 itens; o segundo com 21 itens referente ao Inventário de coping em situações estressantes(CISS-21); no terceiro utilizou-se o Maslach Burnout Inventory - (MBI-HSS) com 22 itens e o quarto bloco foi composto por questões socioprofissionais. Participaram do estudo 16 enfermeiros de uma unidade de cuidados paliativos do foro oncológico, divididos em menos e mais experientes.

Foi apurado o nível de cansaço antes e após a jornada de trabalho, os mais experientes se disseram mais cansados nos dois momentos em comparação ao grupo menos experiente. Já em relação a exposição ao estresse, no grupo mais experiente o total pontuado foi de 93 enquanto que no menos foi de 85. Ao analisar as estratégias de coping, a estratégia voltada para o problema foi a mais pontuada nos dois grupos, seguidas de evitamento e gerenciamento de emoções. As médias em relação ao inventário de burnout mostrou que os dois grupos apresentaram níveis de realização pessoal altos, seguidos de exaustão emocional, e por fim a despersonificação.

O fator visto como mais estressante para os dois grupos foi “carga de trabalho”, seguido de situações relacionadas “a morte e o morrer” para os mais experientes, e nos menos experientes é “preparação inadequada para lidar com as necessidades emocionais dos doentes e dos seus familiares”. Referente as estratégias de coping, os menos experientes tiveram uma alta pontuação para a gestão de emoções, que pode estar relacionado a falta de prática em utilizar as estratégias voltadas para a tarefa, enquanto que os mais experientes já estão mais habituados a essas condutas diárias.

Portanto, apesar da alta pressão depositada nos profissionais de saúde, foi visto nesse estudo que eles se encontram realizados profissionalmente. O estudo foi limitado pelo seu tamanho da amostra. Assim sendo, a Psicologia da Saúde pode contribuir com estudos mais representativos. Além disso, discussões sobre as estratégias de coping voltadas para o problema e para ambientes de trabalhos com estressores específicos seriam eficientes, visto que é uma estratégia bastante eficaz segundo a teoria.

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