Transtorno do Espectro do Autismo: Diretrizes para gerenciamento durante o período de isolamento social por Coronavírus (COVID-19)

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 Echavarría-Ramírez, L., Díaz-Reyes, D. V., & Narzisi, A. (2020). Trastorno del espectro autista: pautas para el manejo durante el periodo de aislamiento social por el coronavirus. Cuadernos de Neuropsicología/Panamerican Journal of Neuropsychology, 14, 37-41. doi: 10.7714/cnps/14.1.205

 

Traduzido e adaptado por Márcio Diego Reis 

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento com etiologia multifatorial. Estima-se que mais de 1 a cada 100 crianças tenham essa condição. As crianças com TEA necessitam de acesso a diferentes terapias, de acordo com suas necessidades, para aprimorar e/ou desenvolver suas habilidades. Desde que começaram as notificações dos primeiros casos de Coronavírus (COVID-19) no mundo, muitos governos estabeleceram medidas restritivas que geraram um grande impacto psicológico nas pessoas. Para os pais que têm filhos com TEA, gerenciá-los durante a quarentena pode se tornar um grande desafio.

Em geral, as crianças com TEA costumam ter intervenções por muitas horas semanais em casa, em hospitais e/ou instituições especializadas. No entanto, neste momento, devido às medidas de contenção, para evitar o contágio, é quase impossível que famílias e crianças sejam fisicamente assistidas por seus terapeutas, o que exige um gerenciamento cuidadoso para evitar um aumento no estresse dos pais e uma exacerbação dos problemas de comportamento das crianças. As mudanças de rotina exigidas pela pandemia podem causar sofrimento e mudanças no comportamento. Nesse sentido, ao fazer uma revisão de diferentes estudos, algumas diretrizes foram elaboradas e resumidas em dez sugestões, com o objetivo de ajudar as famílias a gerenciar crianças com TEA durante esse período de permanência em casa.

 

DICAS PARA AJUDAR PAIS E CUIDADORES DE CRIANÇAS COM TEA

 

1- Explique à criança "o que é COVID-19" - Crianças com TEA têm pensamento e estilo cognitivos específicos, o que exige uma explicação simples e concreta. Se possível, peça ajuda ao terapeuta da criança para essa tarefa.

2- Estruture as atividades da vida cotidiana - A casa é o único ambiente em que as atividades ocorrerão. Seria útil subdividir as atividades diárias, na medida do possível, atribuindo um ambiente diferente para cada uma delas.

3- Ofereça atividades lúdicas semiestruturadas - As crianças com TEA podem achar alguns tipos de brincadeiras difíceis. As atividades estruturadas ou semiestruturadas que seguem um funcionamento pré-definido, como o LEGO, podem ser uma boa alternativa para as crianças.

4- Utilize jogos formativos ("Jogos Sérios") - Eles podem ser úteis para melhorar a cognição social e reconhecer emoções faciais, gestos e situações emocionais em crianças com TEA.

5- Permita que utilizem os jogos de vídeo compartilhados - Os videogames e a internet, supervisionados, são extremamente atraentes para crianças com TEA.

6- Compartilhe dos interesses "específicos" da criança. – As crianças com TEA costumam ter interesses específicos (trens, mapas, geografia, eletrônica, história...). E benéfico o apoia dos pais e/ou cuidadores por esses interesses.

7- Atendimento psicológico on-line para crianças com alto funcionamento - É muito importante que as crianças continuem o acompanhamento psicoterapêutico. Isso pode reduzir a ansiedade

8- Atendimento psicológico on-line para pais e cuidadores - Os pais de crianças com autismo experimentam mais estresse. Pode ser muito útil ser acompanhado por um psicoterapeuta.

9- Mantenha o contato com a escola - O relacionamento das crianças com seus professores e colegas tem impacto no aprendizado. Essa relação, mesmo à distância, deve ser mantida.

10-Dê à criança tempo livre - As crianças com TEA devem ser incentivadas a algumas atividades, conforme indicado em todas as dicas anteriores, mas também é possível deixá-las com uma quantidade adequada de tempo livre durante o dia.

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