Factores psicossociais preditivos de ajustamento à vida de pessoas com doenças crônicas

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Vilhena, E., Ribeiro, J. L. P., Silva, I., Pedro, L., Meneses, R. F., Cardoso, H., ... & Mendonça, D. (2014). Factores psicossociais preditivos de ajustamento à vida de pessoas com doenças crónicas. Psicologia, Saúde e Doenças15(1), 220-233.

 

                                                                                              Resenhado Por José Wilton

 

As doenças crônicas são problemas de saúde de longa duração, progressão lenta e exercem um conjunto de fatores que impactam a qualidade de vida do indivíduo, visto que há muitas alterações na vida dos enfermos. A qualidade de vida é um conceito que envolve aspectos físicos, psicológicos, sociais, culturais e espirituais. Portanto, este estudo teve como objetivo reconhecer fatores psicossociais preditivos (otimismo, adesão ao tratamento, afeto positivo e negativo, suporte social e espiritualidade) na qualidade de vida e bem-estar em pessoas com doenças crônicas.

A pesquisa contou com 774 participantes, seguindo alguns critérios de inclusão como, diagnóstico de obesidade, cancro, diabetes, esclerose múltipla e miastenia gravis e doença diagnosticada 3 anos antes da realização do estudo. Ter mais de 17 anos, nível de literacia de 6 ou mais anos, ter uma vida habitual com a doença controlada e sem distúrbios cognitivos. A amostra demonstrou que 30,0% eram obesos, 27,1% cancro, 17,1% diabéticos, 12,0% epilepsia, 11,5% esclerose múltipla e 2,2% miastenia. O estudo apresentou que 70,5% são do sexo feminino. A idade média dos participantes foi de 42,9 ano (DP = 11,6) anos, o tempo médio de diagnóstico apresentado foi de 12,8 anos (DP = 9,7), o nível de educação médio de 9,6 anos (DP = 4,7) e o nível de percepção da gravidade da doença ficou em um média de 6,6 pontos (DP = 2,8).

Os resultados demonstraram que o otimismo pode influenciar o bem-estar físico e mental por meio de um estilo de vida saudável, sendo esses resultados consistentes com estudos anteriores. Constatou-se também que afetos negativos são fatores preditivos negativamente na qualidade física e mental dos enfermos, visto que as circunstâncias emocionais estão interligadas com funcionamento físico e mental. Outros seguimentos apresentaram que o suporte social e a adesão aos tratamentos são fatores contribuintes de qualidade de vida e saúde mental. A espiritualidade apresentou resultados negativos na qualidade de vida dos pacientes, o que foi justificado através da análise do público, visto que o estudo trabalhou com uma amostra ampla. Desta forma, observou que para estes participantes a espiritualidade não foi importante no tratamento da doença.

Portanto, vale ressaltar a importância de pesquisas como esta para a psicologia da saúde, visto que contribuem com conhecimento acerca da qualidade de vida de pessoas com doenças crônicas, com o intuito de promover melhores condições de bem-estar físico e mental para este público. Além disso, entende-se que o estudo apresentou uma limitação de público ao explorar as condições de espiritualidade e seus impactos na população, principalmente, em portadores de doenças crônicas. É importante buscar mais conhecimentos acerca dos efeitos que a espiritualidade promove em indivíduos com doenças crônicas, visto que este fator psicossocial estar ligado com a qualidade de vida dos enfermos.

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