Depressão, dor e qualidade de vida em pacientes com esclerose lateral amiotrófica: Estudo transversal

Pizzimenti, A., Aragona, M., Onesti, E., & Inghilleri, M. (2013). Depression, pain and quality of life in patients with amyotrophic lateral sclerosis: A cross-sectional study. Functional Neurology28(2), 115–119.

Resenhado por Millena Bahiano

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença crônica e neurodegenerativa progressiva que causa fraqueza muscular devido a comprometimentos dos neurônios motores. A ocorrência de dor durante a progressão da doença é uma das possíveis complicações nos pacientes com ELA, bem como o aumento do risco para a depressão e efeitos negativos na qualidade de vida (QV). Como ainda não há possibilidade de cura, os cuidados oferecidos são atrelados às intercorrências da doença e cuidados paliativos.
Este estudo foi conduzido com uma amostra de 36 participantes em um serviço ambulatorial multidisciplinar, da Universidade Sapienza de Roma. Os objetivos visaram a avaliar a prevalência de dor em pacientes diagnosticados com ELA, comparar às medidas de depressão e qualidade de vida e compreender a influência dos escores de depressão e dor, em relação à QV dos pacientes com ELA. Os instrumentos utilizados para a investigação da depressão e da qualidade de vida foram respectivamente, a Escala de Depressão de Auto-Avaliação de Zung e o Índice de Qualidade de Vida (QL- Index), já para a investigação da intensidade da dor foi utilizada a Escala Visual Analógica (VAS).
Dentre os resultados, verificou-se que 72% dos pacientes apresentaram pelo menos um sintoma doloroso e classificaram a dor como bastante angustiante. A intensidade da dor foi estatisticamente significativa em relação à deterioração da QV (p < 0,05) dos pacientes com ELA.  Os índices de depressão minoraram significativamente a QV (p < 0,02) e este efeito continuou estatisticamente significativo após considerar a intensidade da dor como uma covariável (p < 0,05). Os autores sugerem que os profissionais de saúde, envolvidos na atenção e cuidados de pacientes diagnosticados com ELA, atentem-se à presença da dor e de sintomas depressivos no período do tratamento.
Para a psicologia da saúde, tal evidência se faz importante na compreensão do estado mental do paciente diagnosticado com ELA e que possui a dor como um dos sintomas da doença. Além disso, permite que estratégias de intervenção e promoção à saúde sejam elaboradas, a fim de minimizar os agravos físicos e psicológicos causados pela doença e que comprometem a qualidade de vida do indivíduo.

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