Entender para melhor atender: A depressão no pós-AVC


Terroni, L. D. M. N., Mattos, P. F., Sobreiro, M. D. F. M., Guajardo, V. D., & Fráguas, R. (2009). Depressão pós-AVC: Aspectos psicológicos, neuropsicológicos, eixo HHA, correlato neuroanatômico e tratamento. Revista de Psiquiatria Clínica36(suppl 3), 100-108.
Resenhado por Maria Clara

A depressão é o desfecho psiquiátrico mais comumente associado ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ela se relaciona a maiores taxas de mortalidade, prejuízo físico e na linguagem, além de danos a qualidade de vida do paciente. Mesmo causando tantos malefícios, a Depressão Pós-Acidente Vascular Cerebral (DPAVC) é subdiagnosticada e apenas 20% a 50% dos casos são identificados podendo assim serem tratados. Os sintomas da DPAVC se distribuem nas áreas afetivas, somática e cognitiva.
O prognóstico do paciente pós-AVC se agrava diante da DPAVC, prolongando o período de hospitalização e aumentando o comprometimento funcional. Além disso, interfere também na aderência terapêutica, pois distorce sua visão geral de saúde, diminuindo a motivação e alterando o senso positivo de bem-estar subjetivo. Há ainda o caminho inverso da relação, onde a depressão exacerba o risco para ocorrência do AVC.
Diagnosticar, avaliar e tratar a DPAVC garante a possibilidade de melhor recuperação, adaptação e ajustamento frente ao AVC. A percepção subjetiva e avaliação da situação se refletem nos aspectos psicológicos, sendo de extrema importância para o enfrentamento da condição. A fim de atenuar esse quadro, a Psicologia da Saúde auxilia na busca de recursos emocionais e cognitivos que sejam mais adaptativos e se enquadrem nas restrições provocadas pela própria doença.

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