Relação entre os pensamentos ruminativos e índices de ansiedade e depressão em estudantes de psicologia
Bezerra, M. L. O., Siquara, G. M., &
Abreu, J. N. S. (2018). Relação entre os pensamentos ruminativos e índices de
ansiedade e depressão em estudantes de psicologia. Revista Psicologia,
Diversidade e Saúde, 7(2), 62-71. doi: 10.17267/2317- 3394rpds.v7i2.1906
Resenhado por Mariana Serrão
Ao ingressar na
Universidade o indivíduo se depara com diversas mudanças decorrente da
transição da adolescência para a vida a adulta. Dentre essas mudanças, se
encontra, por exemplo, o aumento das responsabilidades por suas escolhas e
decisões, autonomia, morar sozinho e/ou longe dos pais, algumas vezes conciliar
o trabalho e a universidade. Assim, é principalmente nesse período em que se começa
a planejar e traçar o futuro profissional, o que pode ser um fator de risco para
alteração da saúde mental.
A depressão tem
como principais sintomas sentimento a perda de interesse e prazer por
atividades corriqueiras, alterações no humor, cansaço exagerado, apatia e em
alguns casos há a comorbidade com transtornos de ansiedade. A ruminação é um
tipo de cognição que está relacionada com a manutenção de sintomas ansiosos e
depressivos, além de ser considerada um fator etiológico da depressão. As
pessoas que ruminam frequentemente uma situação ruim ou triste, tendem a apresentar
mais afetos e comportamentos negativos comparadas a pessoas que não apresentam
esse tipo de pensamento. Os pensamentos ruminativos quando apresentam conteúdo
negativo, contribuem para o surgimento, bem como a manutenção e intensificação
de sintomas de ansiedade e depressão, causando um efeito negativo no rendimento
dos estudantes.
O estudo em
questão objetivou avaliar a relação entre ansiedade, depressão e pensamentos ruminativos.
A pesquisa foi realizada em três Universidades em Salvador (BA), participaram 166
sujeitos, a maioria da amostra foi de mulheres e de estudantes de Universidade
pública, a média de idade da amostra foi de 21 anos.
Ao final das
análises, verificaram-se relações positivas entre ruminação, ansiedade e depressão,
bem como entre a depressão e sintomas ansiosos. Não houve significância
estatística ao avaliar se alunos que estavam no começo ou no final do curso
apresentavam mais ou menos depressão e ansiedade. Esses resultados indicam que
fatores cognitivos, como a ruminação, têm relação com a manutenção e etiologia
com a depressão e os transtornos de ansiedade. Para a Psicologia da Saúde,
dados como esses apresentam bastante relevância, visto que investigar melhor os
aspectos cognitivos que se relacionam com os Transtornos Mentais Comuns
auxiliam o trabalho de intervenção do psicólogo.
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