Intervenção breve de autoajuda guiada para sofrimento psicológico em pacientes em cuidados paliativos: Um estudo randomizado controlado
Galfin, J., Walkins, E., & Harlow, T. (2012). A brief guided
self-help intervention for psychological distress in palliative care patients:
A randomised controlled trial. Palliative
Medicine, 26, 197-205.
Resenhado por Luana Santos
É considerado paciente terminal aquele
cujo estado da saúde esteja tão prejudicado que não haja mais nenhum tratamento
que recupere seu bem-estar, tornando necessário a atuação da equipe responsável
pelo tratamento desse paciente iniciar os cuidados paliativos. Nesses
pacientes, a ruminação é importante fator presente em seu sofrimento psicológico
e sua redução pode também reduzir a angústia psíquica causada pelo diagnóstico
terminal.
Galfin, Walkins e Harlow (2012)
hipotetizaram que uma breve técnica de autoajuda direcionada à ruminação
reduziria o sofrimento psicológico em pacientes em cuidados paliativos. Assim,
um estudo randomizado controlado feito pelos autores avaliou durante quatro
semanas a aplicação de técnicas de autoajuda guiada em pacientes em cuidados
paliativos que estivessem fisicamente bem para participar do estudo. A técnica
de autoajuda guiada envolvia a prática de pensamentos mais concretos a partir
da lembrança de memórias específicas e vívidas de atividades ou cenas. Além
disso, os participantes respondiam instrumentos de avaliação de ansiedade,
depressão e qualidade de vida. Nesse estudo, um grupo de 19 pacientes recebeu o
tratamento citado e 15 constituíram o grupo controle recebendo o tratamento
usual.
Galfin et al. (2012) confirmaram sua
hipótese, observando que os pacientes que receberam a intervenção focada em diminuir
a ruminação revelaram diminuição significativamente maior na ansiedade do que
os do grupo controle, não havendo efeito significativo para depressão e
qualidade de vida. Seus resultados sugerem que uma breve intervenção de
autoajuda guiada com base no treinamento de pensamentos concretos e não
ruminativos pode ser eficaz no tratamento da ansiedade em cuidados paliativos. Nesse
sentido, diversos profissionais envolvidos com esses pacientes podem otimizar
suas práticas, inclusive o profissional da psicologia, indo além do acolhimento
e escuta e proporcionando novas percepções tanto ao paciente como a sua
família.
Interessante perceber que a sensibilidade e atenção que prega os Cuidados Paliativos, vai para além só do paciente e seus familiares, mas inclui a equipe e seu bem estar, onde a Psicologia se aproxima para acompanhar os processos psicossociais envolvidos. Inclusive, uma coisa que é compartilhada por alguns autores da área que não ´precisa inciar as ações em cuidados paliativos apenas ao paciente terminal, mas à aquele que desde já está acometido pela doença crônica e já está a bastante tempo internado ou em tratamento. Não há dúvida ni ganho que esse tipo de atuação e filosofia dos Cuidados Paliativos tem nos pacientes. Uma coisa a se pensar e: por que não incluir esse tipo de cuidado com mais ênfase na velhice, ou em Instituições de Longa Permanência? Trata-se de dar dignidade de vida a aqueles que fatalmente estão caminhando para a finitude. Então, deve ser algo a ser investido em hospitais, clínicas e ILPs ou asilos.
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