Protocolo de intervenção em resiliência para cuidadores informais de pacientes com Alzheimer

Córdoba, A. M. C. & Poches, D. K. P. (2015). Modelo de intervenção psicológica na resiliência de cuidadores informais de pacientes com Alzheimer. Diversitas: Perspectivas en Psicología , 11(2), 181-192.

Resenhado por Daiane Nunes

            O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que produz impactos psicológicos não somente à pessoa acometida, mas também aos seus familiares. Em geral, um dos membros da família passa a exercer o papel do cuidador deste paciente, em que se estabelece um “contrato” informal dessa função. O cuidador informal fornece ajuda integral não remunerada em contexto doméstico, por tempo indeterminado, comprometendo seu trabalho, suas relações interpessoais e outras atividades externas. Desempenhar essa função, por vezes, pode trazer consequências como a vivência de sintomas depressivos, de ansiedade, sentimentos de culpa e de sobrecarga, altos níveis de estresse, baixa satisfação com a vida, bem como problemas trabalhistas.
            O estudo em questão teve como objetivo apresentar um modelo de intervenção psicológica na abordagem cognitivo-comportamental com foco na promoção de resiliência. A resiliência é entendida como uma característica positiva que permite a adaptação do indivíduo a situações consideradas adversas (Wagnild & Young, 1993). A formulação do Protocolo de Intervenção Psicológica em Resiliência foi dividida em três fases (desenho, formulação do protocolo em si e formulação dos protocolos de avaliação de estrutura e processo).
            Na fase de desenho do protocolo foi construindo um modelo de intervenção em resiliência. A fase II consistiu na formulação do protocolo de intervenção psicológica, que constou de dez sessões, com duração de noventa minutos cada uma delas. Foi dirigida a cuidadores informais de paciente com Alzheimer, maiores de dezoito anos. Na fase III realizou-se, por fim, a formulação dos protocolos de validação da estrutura e do processo, guiado pelo modelo de atenção médica que consiste na necessidade de validar de forma integral qualquer serviço de saúde.
            O estudo apresenta um protocolo que fornece informações necessárias para facilitar sua replicação em outros contextos, incluindo os procedimentos para implementação e avaliação de sua estrutura e processo. Os autores ressaltam a importância da elaboração de programas de intervenção para cuidadores de pacientes com Alzheimer com foco na promoção de resiliência para reduzir o sofrimento psicológico e emocional implicado a esta função.
            Por fim, sugere-se que a aplicação do protocolo esteja associada a outras ações com foco no suporte psicossocial, levando em consideração que os cuidadores não dispõem de tempo e, em sua maioria, encontram-se com baixa motivação, o que pode ocasionar no desinteresse ou retirada de sua participação em programas de intervenção. 

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