Depressão em pacientes com fobia social


D’El Rey, G. J. F., & Freedner, J. J. (2017). Depressão em pacientes com fobia social. Psicologia Argumento24(46), 71-76.

Resenhado por Daiane Nunes

            A depressão é considerada uma das principais comorbidades dos transtornos de ansiedade, influenciando significativamente o curso do seu diagnóstico, tratamento e prognóstico. Na literatura, há poucos estudos sobre as comorbidades entre fobia social e os transtornos depressivos, destes, grande parte teve foco em amostras epidemiológicas e não clínicas. De modo que, o presente estudo teve como objetivo verificar a comorbidade e o curso longitudinal da depressão maior na fobia social em pacientes com diagnóstico de fobia social.
            A amostra contou com 63 pacientes, com idades entre 18 e 56 anos (M = 36,5; DP = 9,6), que procuraram tratamento no Centro de Pesquisas e Tratamento de Transtornos de Ansiedade – São Paulo-SP. Eles foram avaliados quanto aos critérios diagnósticos para fobia social contidos na Entrevista Clínica Estruturada do DSM-IV e aos critérios para depressão maior. Aplicou-se também a Escala de Impressão do Funcionamento Global, para avaliar o grau de funcionamento dos pacientes com fobia social.
            Os resultados demonstraram que 35% dos pacientes com fobia social preencheram, em algum momento de suas vidas, critérios diagnósticos para depressão maior, destes, 90% pontuaram entre quatro e cinco pontos da Escala de Impressão do Funcionamento Global (1 a 5 pontos), isto é, que os sintomas interferem muito no trabalho e atividades sociais/as atividades de trabalho e sociais estão seriamente comprometidas pelos sintomas. Os autores ressaltam que os dados da presente pesquisa devem ser interpretados exclusivamente em termos de uma amostra clínica e não epidemiológicas, considerando que a amostra do presente estudo tinha caráter clínico.
            Por fim, cumpre destacar que grande parte dos pacientes com fobia social e depressão conjuntamente se sente desmotivado para aderir a programas de tratamentos cognitivo-comportamentais, por exemplo, nas tarefas de exposição a situações temidas, na identificação e correção de pensamentos disfuncionais que geram e mantêm a esquiva de situações sociais, entre outros. Esse aspecto revela a importância do diagnóstico adequado para manejo assertivo do tratamento por parte dos psicólogos clínicos e da saúde.

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