Um tratamento baseado na internet para fobia de voar (NO-FEAR Airlines): Estudo protocolo para um ensaio clínico randomizado/ An Internet-based treatment for flying phobia (NO-FEAR Airlines): Study protocol for a randomized controlled trial

Campos, D., Bretón-López, J., Botella, C., Mira, A., Castilla, D., Baños, R., & Quero, S. (2016). An internet-based treatment for flying phobia (NO-FEAR Airlines): Study protocol for a randomized controlled trial. BMC Psychiatry, 16(1), 296. DOI 10.1186/s12888-016-0996-1.
Resenhado por Luanna Silva

O medo de voar é classificado como uma fobia específica e causa sofrimento e prejuízos para a vida dos indivíduos. Perda de oportunidades profissionais, restrições nas opções de lazer e dificuldades em relacionamentos interpessoais são alguns dos entraves que pacientes com esse diagnóstico podem enfrentar. A terapia de exposição in vivo é uma técnica psicoterapêutica em que o paciente confronta o estímulo temido. Embora seja considerada o tratamento mais eficaz para esse tipo de transtorno, essa técnica apresenta algumas limitações. A proposta de contato com a situação temida implica em altos índices de rejeição ao tratamento; a confidencialidade pode sofrer prejuízos, uma vez que a exposição pode demandar a utilização de ambientes que não o consultório do terapeuta; além disso, pode ser difícil ter acesso ao estímulo que provoca medo.
Tendo em vista a necessidade de novas estratégias de promoção de saúde mental, os tratamentos assistidos por computador, como por exemplo, a terapia de realidade virtual, têm se mostrado muito proveitosos. Entre os benefícios desses tipos de intervenções é possível citar, o fato de funcionarem como uma fase intermediária à situação real temida; facilidade de acesso e considerável baixo custo; maior aceitação entre os pacientes, principalmente aqueles com alta resistência à exposição ao estímulo temido; não precisam ser conduzidos em um ambiente público, fora do consultório do terapeuta e evocam níveis menores de ansiedade. No mais, por serem possíveis de aplicar através da internet, tratamentos assistidos por computador são capazes de alcançar um grande número de pessoas. Barreiras como acesso limitado à assistência em saúde mental, alcance geográfico, aceitação e conveniência podem ser superados através do uso da internet.
Nesse sentido, o presente estudo tem por objetivo apresentar o desenho de um ensaio clínico randomizado para investigar a eficácia de um tratamento de exposição baseado na internet para fobia de voar. Cumpre ressaltar que ainda não são apresentados os resultados da pesquisa, mas discutido o método que será usado para realizá-la.
Os autores pretendem explorar duas formas possíveis de fornecer o tratamento, com ou sem orientação do terapeuta e estudar a aceitação dos pacientes por meio de expectativas, preferências e satisfação com o programa on-line. Para isso, será conduzido um ensaio clínico randomizado que dividirá os participantes em três condições que envolvem a auto aplicação do programa NO-FEAR Airlines, aplicação com acompanhamento do terapeuta e lista de espera. O programa contém um protocolo de avaliação e um de tratamento. Estima-se que o tratamento possa ser concluído em três ou quatro semanas, com um período máximo de seis semanas. Por meio do programa, os pacientes serão expostos a imagens e sons relacionados aos seus medos fóbicos. Instrumentos para avaliar a fobia de voar, medo e evitação, aceitação e satisfação com o tratamento serão aplicados ao longo do processo. Espera-se que a pesquisa proveja novas informações sobre o tratamento de fobias, uso da internet para fornecimento de tratamentos e intervenções auto orientadas.
Em casos de fobias específicas, como o medo de voar, a demora ou inexistência de busca pelo tratamento é um importante fator a ser considerado, o qual pode ser suplantado mediante facilitadores de acesso aos recursos terapêuticos. Considerando que a Psicologia da Saúde visa a promoção e manutenção do bem-estar, é relevante estudar novos modelos que viabilizem a assistência em saúde mental.

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