Teoria da Ação Planejada como suporte teórico e metodológico: Uma revisão sistemática de literatura
Fernandes,
S. C. S.; Bezerra, D. S.; Souza, D. D. S.; Silva, G. G. G.; & Lima, M. D.
(2019). Teoria da Ação Planejada como suporte teórico e metodológico: Uma
revisão sistemática de literatura. Interação
em Psicologia, 23(1), 92-103.
Resenhado por Michelle Leite.
A Teoria da Ação Planejada (TAP)
surgiu em meio ao questionamento sobre o estudo cientifico dos comportamentos e
sua intencionalidade. Anteriormente à esta teoria, em 1960, foi desenvolvida
por Martin Fishbein a Teoria da Ação Racional (TAR), cujo objetivo principal é
entender e predizer o comportamento e precisar a intenção do indivíduo em realizá-lo.
Segundo o teórico, para que um comportamento seja entendido, é necessário
buscar as determinantes das intenções, a saber: as atitudes, as normas
subjetivas, as crenças individuais, a avaliação das consequências e as motivações.
Em 1988, Icek Ajzen propôs uma alteração
à TAR e desenvolveu a TAP. Essa nova versão imprime mais fortemente a ideia de
que o fator central da controlabilidade do comportamento é a intenção do
indivíduo em realizar a ação e, além disso, incorporou as crenças sobre o
controle como variável de predição. As crenças sobre o controle nada mais são
do que a percepção que o indivíduo possui em poder executar uma determinada
ação. Dessa forma, quanto mais favorável forem a atitude e a norma subjetiva,
maior será o controle percebido e mais forte a intenção em realizar o
comportamento.
A TAP tem sido utilizada em programas de
investigações do estudo do comportamento e também como suporte para o
planejamento de programas de intervenção nos mais diversos eixos. Dentre esses,
três se destacam, respectivamente, como as maiores áreas nas quais a TAP tem
contribuído para as predições de comportamentos: prevenção e saúde; educação e
tecnologias; marketing e empreendedorismo. Mais especificamente, as intervenções
baseadas na TAP apresentaram contribuições na saúde mental e física, prevenção
do consumo de drogas, adoção de alimentação saudável, comportamentos sexuais de
risco, suicídio, dentre outros.
A TAP é teoria simples, porém eficaz e
altamente explicativa, cujo pressuposto parte da avaliação os fatores sociais e
psicológicos que perpassam a intenção de realizar um comportamento, de modo a
ampliar a compreensão acerca das crenças dos indivíduos que determinam suas
práticas. A importância dessa teoria, como ferramenta de suporte teórico e metodológico, reside no fato de favorecer a construção de
políticas públicas e a realização de companhas educativas a fim de minimizar a
ocorrência de comportamentos que comprometem à saúde da população.
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