Terapia cognitivo-comportamental para transtornos de ansiedade na infância
Petersen, C. S. (2011). Evidências de efetividade e procedimentos
básicos para Terapia Cognitivo-Comportamental para crianças com transtornos de
ansiedade. Revista Brasileira De Psicoterapia 13(1), 39-50.
Resenhado por Danielle Alves Menezes
Os
transtornos de ansiedade costumam afetar as crianças e adolescentes com uma
prevalência entre 4% e 20%. Essas manifestações são preditoras de transtornos de ansiedade na
vida adulta. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) construiu alguns
pressupostos de atuação voltados a esse público
específico.
Incialmente
sugere-se uma compreensão ecológica do contexto da criança, que envolva a
família e a escola. O objetivo seria investigar possíveis estressores
familiares e/ou sociais envolvidos nos seus sintomas. Estilos parentais,
relações com os pares e as relações familiares são também alvo de avaliação
incial. Por exemplo, são fatores de risco estilos de apego inseguro,
temperamento da criança, presença de transtorno de ansiedade nos pais, superproteção
e comportamentos de evitação.
A
compreensão acerca do transtorno é multidimensional, já que a ansiedade possuem
quatro aspectos bem definidos, a saber, as emoções, comportamento, pensamentos
e o corpo. A intervenção deve abarcar as dimensões comportamental, cognitiva,
emocional e social. Comportamentalmente, a ansiedade refere-se ao paradigma da
evitação aprendida. Dois fatores combinados explicam esse fenômeno:
condicionamento clássico e operante. O pareamento do estímulo causador de medo com
um lugar pode resultar em medos fóbicos específicos. Por outro lado, reforçamentos
resultantes de evitações desse lugar pela redução de desconforto caracterizam a
aprendizagem operante. A etiologia cognitiva baseia-se no papel de percepções
não realísticas e interpretações ameaçadoras dos fatos.
Técnicas
psicoterápicas envolveriam duas etapas: estratégias facilitadoras e exposição
às situações temidas. O tratamento deve iniciar com educação afetiva e
familiarização com o modelo de tratamento através de psicoeducação. O objetivo
principal seria ensinar a criança a reconhecer sinais de ansiedade, utilizando
esses sinais para enfrentá-la. Dessa forma a criança aprende a identificar os
processos cognitivos envolvidos no estado de excessiva ansiedade e recebe
treinamento em relaxamento.
A
psicologia da sáude, a partir de seu aporte teórico, poderá aprofundar o
conhecimento acerca do papel desempenhado pelos processos cognitivos na
surgimento de comportamentos ansiogênicos em crianças, contribuindo para
detecção precoce e prevenção de sofrimento psíquico na vida adulta.
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