Importância das técnicas de relaxamento na terapia cognitiva para ansiedade

Willhelm, A. R., Andretta, I., & Ungaretti, M. S. (2015). Importância das técnicas de relaxamento na terapia cognitiva para ansiedade. Contextos Clínicos8(1), 79-86.

Resenhado por Sara Andrade

É comum verificar que em situações de ansiedade o corpo se adapta, de modo a ativar músculos específicos do sistema nervoso, que têm a função de tensão corporal, para lidar com tal emoção. Nem sempre, porém, essa emoção é enfrentada de modo simples, o que caracteriza a ocorrência dos transtornos de ansiedade. Estes se caracterizam por uma resposta de ansiedade exagerada e desadaptativa diante de algum estímulo, que comumente é interpretado como ameaçador ou perigoso (Ballenger, 2000; Silva, 2010). O processamento cognitivo dos transtornos ansiosos se pauta em vulnerabilidade, visto que o indivíduo tente a superestimar um estímulo e/ou situação, e subestimar a própria capacidade de enfrentamento.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das terapias mais utilizadas no tratamento de transtornos ansiosos. Nela se visa intervir em três domínios: cognitivo, comportamental e o fisiológico. A terapia abrange técnicas específicas para extinguir o medo dos estímulos e promover a regulação emocional. Dentre as técnicas usadas em TCC para o tratamento dos transtornos ansiosos estão as técnicas de relaxamento corporal, com objetivo de desenvolver nos pacientes a habilidade de reduzir a tensão ocasionada pela ansiedade. Em virtude disso, o objetivo deste estudo foi investigar os indicadores subjetivos de efetividade das técnicas de relaxamento e sua implicação na TCC em três pacientes com transtorno de ansiedade atendidos no Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia da PUCRS.
A investigação foi realizada através de três estudos de caso. A mesma contemplou a compreensão de três atendimentos conduzidos por uma estagiária do oitavo semestre do curso de psicologia, que se encontrava em supervisão semanal e individual. O diagnóstico foi feito com base em critérios e sintomas presentes no DSM-IV, as pacientes estavam cientes da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para a avaliação dos sintomas antes e depois das técnicas de relaxamento utilizou-se uma escala de zero a dez (sendo zero nada de ansiedade e dez ansiedade extrema), para averiguar o quanto de ansiedade o paciente sentia naquele momento.
Para cada caso foi aplicada uma técnica de relaxamento diferente, sendo no primeiro utilizada a técnica do relaxamento passivo, no segundo a respiração diafragmática e no terceiro o relaxamento progressivo. Os resultados apontaram que houve eficácia das técnicas nos três casos, o que corroborou com a literatura; as pacientes mostraram uma resposta alterada da cognição e do corpo, verbalizando como se sentiram, e foi possível observar as tensões corporais. Os atendimentos com TCC ajudaram a flexibilizar pensamentos e crenças disfuncionais, assim como relaxar os músculos e o corpo com as técnicas de relaxamento.
Por fim, é possível compreender que o uso das técnicas de relaxamento caracteriza um forte aliado na prática da psicologia da saúde, visto que pacientes ansiosos precisam inicialmente desenvolver a habilidade de relaxar, para que o tratamento parta para aspectos mais cognitivos ou comportamentais, aliviando assim a ocorrência dos sintomas e a desfuncionalidade que os transtornos ansiosos causam.

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