As relações de otimismo e bem-estar subjetivo entre pais e filhos


Bandeira, C. M., Natividade, J. C., & Giacomoni, C. H. (2015). As relações de otimismo e bem-estar subjetivo entre pais e filhos. Psico-USF20(2), 249-257. doi: 10.1590/1413-82712015200206.

Resenhado por Amanda Feitosa

 Desenvolvimento positivo é uma abordagem que tem como foco de estudo os aspectos positivos do comportamento e os seus resultados positivos visando o desenvolvimento saudável dos jovens. Nesse contexto, o otimismo se revela como uma variável associada a um melhor estado de saúde mental e a maiores níveis de resiliência e satisfação com a vida. Outra variável associada é o bem-estar subjetivo (BES), construto composto por componentes afetivos que se referem a experiências de emoções positivas e negativas, e componentes cognitivos, que envolvem o julgamento do indivíduo sobre sua qualidade de vida. Acredita-se que os níveis de otimismo e BES dos filhos sofram a influência do otimismo e BES dos pais, porém a literatura atual acerca dessa relação é inconsistente e escassa. Assim, o presente estudo teve como objetivo verificar a relação entre otimismo e BES de pais e filhos, e também investigar os níveis de otimismo e bem-estar de ambos.
Participaram 390 crianças com a idade entre quatro e onze anos (M = 7,9; DP = 2,16), sendo que as meninas compuseram 53% (n = 206) da amostra. Houve também a participação de 287 responsáveis, sendo 56,8% (n = 163) mães e 43,2% (n = 124) pais. Para o estudo se utilizou uma série de instrumentos para a mensuração do otimismo e do BES, como por exemplo, o Youth Life Orientation Test (YLOT) e a Tarefas Preditoras de Otimismo em Crianças (TAPOC). A coleta de dados das crianças ocorreu em duas escolas do Rio Grande do Sul, ao passo que os responsáveis receberam um envelope com os instrumentos para preencherem individualmente.
As mães apresentaram maiores índices de satisfação com a vida em comparação aos pais, ao passo que houve uma correlação positiva entre otimismo dos filhos e o afeto positivo das mães. Logo, mães com maiores experiências de afeto positivo apresentaram filhos mais otimistas. Além disso, os resultados mostraram uma correlação positiva entre ambos os pais na percepção de otimismo dos filhos. Estudos apontam que maior satisfação materna está associada a um melhor desenvolvimento infantil, o qual promove características positivas como bem-estar e otimismo nos filhos.
A influência dos pais no desenvolvimento saudável dos filhos faz o estudo de variáveis como otimismo e BES serem de importância para a Psicologia. Portanto, mostram-se necessárias pesquisas na Psicologia da Saúde que tenham como objetivo compreender a influência desses fatores no desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes para que, assim, auxiliem no fortalecimento das potencialidades e capacidades individuais desse público-alvo.

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