Crescimento pós-traumático e fatores relacionados ao pós-operatório de pacientes com câncer de mama



Posttraumatic Growth and Related Factors among Postoperative Breast Cancer Patients

Resenhado por Millena Bahiano

Baglama, B., & Atak, I. E. (2015). Posttraumatic growth and related factors among postoperative breast cancer patients. Procedia- Social and Behavioral Sciences140, 448-454. doi: 10.1016/j.sbspro.2015.05.024

Apesar de eventos traumáticos serem causadores de sofrimento físico e psíquico, algumas pessoas, após vivenciarem tais eventos, apresentam reações e mudanças positivas em suas vidas. O estudo do crescimento pós-traumático (CPT) tem viabilizado aos pesquisadores o entendimento das reações positivas e processos de enfrentamento utilizados pelo indivíduo diante da situação de adoecimento. Para a psicologia positiva, o estudo desse constructo viabiliza uma maior compreensão quanto às respostas positivas do indivíduo aos acontecimentos traumáticos e estressantes da vida. Segundo os autores, o CPT tem sido um dos conceitos mais estudados entre as mulheres com câncer de mama.
O objetivo do estudo foi avaliar a relação entre o suporte social, esperança disposicional, lócus interno e externo de controle e crescimento pós-traumático entre pacientes no pós-operatório de câncer de mama. A pesquisa foi realizada com 31 mulheres (idade média = 50,4; DP = 11,59) de cidades diferentes da República Turca do norte de Chipre e que se encontravam em tratamento pós-operatório do câncer de mama. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram o Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS), Posttraumatic Growth Inventory (PTGI), The Hope Scale (HS) e a Rotter’s Internal-External of Control Scale (IELCS).
Os resultados indicaram que após a cirurgia, as mulheres com câncer de mama apresentaram crescimento pós-traumático. O estudo apresentou três hipóteses e, com base nos resultados encontrados, duas hipóteses foram confirmadas. De acordo com os dados, o apoio social (r = 0,47; = 0,007) e a esperança disposicional (r = 0,47; = 0,008) desempenharam um papel importante no desenvolvimento do CPT. Mulheres com alto apoio social e alta esperança experimentaram níveis mais altos de crescimento pós-traumático. Contudo, não foi encontrada relação entre o lócus de controle, que é a terceira variável independente do estudo, e a experiência de CPT após a operação  (r = 0,47; = 0,0241). Em geral, a pesquisa contou com uma amostra pequena, o que pode acarretar problemas quanto à generalização dos resultados. Para melhorar o poder estatístico, os pesquisadores sugeriram amostras maiores na coleta de dados.
Em suma, viu-se que embora o câncer de mama seja um evento traumático e altamente desafiador, a compreensão dos fatores protetivos e de risco que se encontram associados ao processo de enfrentamento da doença se tornam contributivos para o desenvolvimento do CPT. Além disso, trata-se também de uma questão importante para a melhoria da saúde psicológica de mulheres e homens diagnosticados com câncer de mama.

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