Sintomas depressivos em cuidadores familiares de pacientes com insuficiência cardíaca: Revisão integrativa



Resenhado por Gabriela de Queiroz

Lacerda, M. S., Prado, P. R. D., Barros, A. L. B. L. D., & Lopes, J. D. L. (2019). Sintomas depressivos em cuidadores familiares de pacientes com insuficiência cardíaca: Revisão integrativa. Revista Gaúcha de Enfermagem40.
      
            As doenças cardiovasculares, incluindo a Insuficiência Cardíaca (IC), são a principal cauda de mortalidade no mundo, sendo considerado um problema de saúde pública que afeta principalmente os idosos. Assim como em outras doenças crônicas, pacientes com IC demandam muitas mudanças na rotina diária em decorrência da própria patologia, e consequentemente afetando a vida de seus cuidadores familiares, que na maioria das vezes são os responsáveis por oferecer apoio social aos pacientes, ajudando-os a superar, monitorar e administrar a doença, além de manter o autocuidado.
            Por considerar a importância da relação paciente/família, vários estudos têm sido realizados no âmbito da cardiologia, dentre os quais a depressão tem sido avaliada em cuidadores familiares de pacientes com IC, bem como análises de qualidade de vida, sobrecarga e ansiedade do cuidador. Com base nessas constatações, o estudo objetivou identificar na literatura a ocorrência de sintomas depressivos em familiares cuidadores de pacientes com IC, e a correlação de outras variáveis com esses sintomas.
            Para isto, foi realizada uma revisão integrativa da literatura a partir das seguintes bases de dados: Web of Science, Medline, LILACS e PubMed, cuja coleta ocorreu em março de 2017. Foram incluídos artigos publicados entre 2004 e 2016, escritos em inglês, espanhol ou português, usando os descritores saúde, insuficiência cardíaca, depressão, cuidadores e familiares.
            Foram selecionados 26 artigos, nos quais foi possível identificar que 6% a 64% dos cuidadores avaliados relataram sintomas depressivos. A sintomatologia foi associada à fatores como: estado funcional, satisfação com a relação estabelecida entre paciente e cuidador, tempo gasto em atividades assistenciais, dificuldades na prestação de cuidados, qualidade do sono, gravidade da doença do paciente, sintomas depressivos do paciente, dentre outros. Na maioria dos casos, verificou-se que os sintomas de depressão foram mais frequentes entre os cuidadores familiares do que na população geral, relacionando-se principalmente com a sobrecarga do cuidado e aspectos relacionados à qualidade de vida.
            Diante destes achados, é possível concluir que a avaliação dos cuidadores familiares é de extrema importância, uma vez que as mudanças que ocorrem na vida dos pacientes, afetam diretamente os hábitos dos cuidadores familiares, acarretando não só no desenvolvimento de sintomas depressivos, mas também causando impacto negativo na qualidade de vida e surgimento de sintomas de ansiedade. Portanto, entende-se a importância da psicologia da saúde nesta área, dedicando seus esforços ao desenvolvimento de estratégias de cuidados que possam ser oferecidas à estes cuidadores, a fim de minimizar o impacto provocado por todas as mudanças em sua rotina causadas pela condição de saúde do paciente familiar.

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