Impacto da Doença de Alzheimer na qualidade de vida de pessoas idosas: Revisão de literatura

 

Rodrigues T. Q., Castro, A. S., Conceição, T. F., Leite, J. G. A. M., Ferreira, V. H. S., & Faustino, A. M. F. (2020). Impacto da Doença de Alzheimer na qualidade de vida de pessoas idosas: Revisão de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde12(4), e2833. https://doi.org/10.25248/reas.e2833.2020


Resenhado por Millena Bahiano

 

A medida que a expectativa de vida se torna mais elevada observa-se um aumento da prevalência das demências, sendo a de maior ocorrência a Doença de Alzheimer (DA). O curso da doença pode variar entre 5 e 10 anos, além disto a expectativa de vida pode ser reduzida em até 50%. Ademais, as alterações físicas e psíquicas decorrentes da doença têm o potencial de gerar situações estressoras que podem afetar o relacionamento familiar da pessoa idosa. A perda da capacidade de reconhecer os familiares e a dependência total para as atividades básicas da vida cotidiana também são apresentados na literatura como uma das maiores dificuldades que os familiares apresentam nos cuidados dos idosos com Alzheimer.

O presente estudo foi uma revisão integrativa da literatura que teve o objetivo de analisar o impacto que a Doença de Alzheimer possuiu sobre a qualidade de vida do idoso. A pergunta norteadora da revisão foi “Quais são os impactos que a DA tem sobre a qualidade de vida da pessoa idosa?”. As bases de dados utilizadas foram Pubmed, Lilacs, BVS, BDENF (Base de dados de Enfermagem), Scielo e Google Acadêmico. Para a realização das buscas foram utilizados os seguintes descritores: idoso, qualidade de vida e doença de alzheimer. As buscas nas bases de dados, a partir destes descritores, foram realizadas em português, inglês ou espanhol, e contemplaram os anos entre 2008 e 2018. Ao todo foram encontrados 23 estudos primários e após o processo de exclusão dos artigos, que não eram específicos ao tema, restaram nove estudos que foram incluídos na revisão.

A partir dos resultados obtidos duas categorias foram elaboradas, sendo elas: 1) Aspectos fisiopatológicos e epidemiológicos da Doença de Alzheimer e 2) Qualidade de vida e sua relação com a família e o cuidador de idosos com Doença de Alzheimer. Na primeira categoria foi visto que a DA é a mais comum das demências que acometem a população idosa, e devido a fisiopatologia da doença foi possível observar uma redução expressiva da qualidade de vida desses indivíduos. Nesse cenário, a perda de memória tende a comprometer o vínculo social, afetivo e familiar desses idosos. As alterações cognitivas causadas pela doença também podem desencadear vários sentimentos, tanto no idoso quanto em seus cuidadores, a saber: sentimento de impotência, desamparo e fragilidade diante da situação.

Já na segunda categoria se viu que a maioria dos cuidadores não dispõem de informações e nem suporte para os cuidados destinados aos pacientes com DA, bem como não possuem conhecimentos acerca da doença e sua progressão. Tais fatores tendem a acarretar um acentuado desgaste físico e emocional nesses cuidadores, assim como a falta de informação também pode acentuar o quadro depressivo do idoso, reduzindo expressivamente sua qualidade de vida. A estimativa de depressão nos idosos com DA variam entre 5% a 23% e esses indivíduos apresentaram maior dificuldade na execução de atividades diárias, bem como maiores chances de apresentarem episódios de agitação, o que incide em maior também estresse ao cuidador.

Por fim, o presente estudo ressalta a importância da elaboração de políticas públicas voltadas aos portadores de demências, bem como a implantação de programas multiprofissionais para o atendimento das necessidades do doente e de seus familiares. Para a psicologia da saúde se faz importante o conhecimento dos agravos, inerentes ao processo de adoecimento por doenças neurodegenerativas, para que o atendimento psicológico realizado seja mais efetivo, objetivando a redução do sofrimento psicológico do idoso e de seus familiares.

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