Aspectos positivos na Terapia Cognitivo-Comportamental de Grupo para idosos: uma revisão sistemática da literatura/ Positive aspects in Cognitive-Behavioral Group Therapy for elderly: a systematic review of the literature


Freitas, E., Barbosa, A., & Neufeld, C. (2016). Positive aspects in Cognitive-Behavioral Group Therapy for elderly: a systematic review of the literature. Revista Brasileira de Terapia Cognitiva Comportamental, 8(2), 86-99.

Resenhado por Mariana Serrão

         Ao longo do tempo a velhice foi vista como uma fase de declínio do indivíduo. Entretanto, desde a década de 1980 essa visão está sendo alterada. A terceira idade passou a ser considerada uma fase como qualquer outra na qual há desenvolvimento, mudança, aquisição, extinção e manutenção de comportamentos. A partir dessa nova perspectiva da terceira idade sugere-se como importante o desenvolvimento da psicoterapia em grupo para idosos, utilizando a abordagem cognitiva comportamental.           A psicoterapia em grupo deve além de tratar das doenças e dos sintomas, trazer para idosos os aspectos positivos do envelhecimento, bem como caraterísticas positivas do indivíduo e estratégias de enfretamento, desenvolvimento de habilidades, solução de problemas. Essa compreensão da terceira idade para além de tratamento de doenças e sintomas é denominada como envelhecimento positivo.
        O presente estudo teve como objetivo geral fazer uma análise sistemática dos construtos e processos positivos presentes na literatura sobre Terapia Cognitivo Comportamental em Grupo (TCCG) com pessoas idosas.
       Os resultados obtidos mostraram que a produção de TCCG com idosos é quase exclusivamente centrada no tratamento dos sintomas relacionados com doenças, especialmente depressão e ansiedade. Isso acontece, provavelmente, porque são transtornos comuns nesta faixa etária. Encontraram também estudos relacionados ao Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e sobre dores crônicas. Também muito comum em idosos, a dor crônica deve ser pauta da psicoterapia em pacientes da terceira idade. No que diz respeito aos aspectos positivos, os mais encontrados nos artigos são: qualidade de vida, satisfação com a vida e coping.
Além disso, o presente estudo questiona o fato dos aspectos positivos aparecerem nos artigos de forma secundária, confirmando que a maioria dos trabalhos são feitos relacionados à doença e sintoma. Sugere-se que mais trabalhos científicos sejam produzidos e que o objetivo da terapia seja voltado também para o desenvolvimento de estratégias de enfretamento para lidar de modo mais saudável com as questões da terceira idade e não apenas com a redução ou eliminação dos sintomas. É papel do psicólogo da saúde desenvolver junto ao indivíduo, por meio de técnicas, métodos para lidar com a doença de forma que essa experiência seja menos dolorosa e limitante.

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