Fatores psicológicos positivos estão ligados ao envelhecimento cognitivo bem sucedido entre idosos vivendo com HIV/AIDS - Positive psychological factors are linked to successful cognitive aging among older persons living with HIV/AIDS

Moore, D. J., Fazeli, P. L., Moore, R. C., Woods, S. P., Letendre, S. L., Jeste, D. V., & Grant, I. (2018). Positive psychological factors are linked to successful cognitive aging among older persons living with HIV/AIDS. AIDS and Behavior, 22(5), 1551-1561. doi: 10.1007/s10461-017-2001-5
Resenhado por Geovanna Turri

Com o passar dos anos o número de idosos infectados por HIV tem crescido em todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos. Acredita-se que até 2030, 73% dos indivíduos infectados pelo HIV (HIV+) tenham mais de 50 anos. Sabe-se que envelhecer com o HIV envolve interações complexas entre uma variedade de fatores a nível individual, incluindo funcionamento neurocognitivo, status funcional, saúde mental, comportamentos de saúde e questões psicossociais. Transtornos neurocognitivos associados ao HIV são observados em pouco mais da metade dos adultos HIV+ e adultos mais velhos com HIV+ também enfrentam desafios psicossociais, incluindo maior isolamento social do que suas contrapartes não infectadas pelo HIV (HIV-). Juntos, esses fatores de risco se traduzem em um fator de desequilíbrio para perturbações na capacidade de se manter independente em relação a atividades diárias, interferindo na qualidade de vida relacionada à saúde, bem-estar e envelhecimento cognitivo bem sucedido. Diante disso, os autores desse trabalho buscaram caracterizar o envelhecimento cognitivo bem sucedido (ECS) entre idosos HIV+ e idosos HIV-, de modo a determinar associações com fatores psicológicos positivos (FPP) e qualidade de vida relacionada à saúde (QVS).
Entrevistaram-se 99 moradores idosos (com 50 anos ou mais) de uma comunidade da Califórnia que eram HIV+ e 46 idosos que eram HIV-. Investigou-se os fatores psicológicos positivos enquanto ausência de: comprometimento neurocognitivo (determinado por uma bateria neurocognitiva abrangente, com sete domínios), diagnóstico atual de transtorno depressivo maior (diagnosticado por meio da Composite International Diagnostic Interview) e dependência em atividades instrumentais de vida diária (determinada com base no declínio e necessidade de assistência estabelecidos no questionário de Lawton e Brody, 1969). Foram comparados fatores psicológicos positivos e QVS em quatro grupos: HIV+/ ECS+, HIV+/ ECS-, HIV-/ECS+ e HIV-/ECS-.
Os resultados mostraram que os FPP foram identificados em 29% da amostra de HIV+. O grupo HIV+/ ECS+ apresentou escores mais altos em 8 de 10 medidas de fatores psicológicos positivos, bem como melhor QVS em comparação com o grupo HIV+/ ECS-. Além disso, os participantes do HIV+/ ECS+ tiveram pontuações comparáveis ​​sobre os HIV-. Menos participantes HIV+ do que HIV- preencheram os critérios da ECS; no entanto, o nível de fatores psicológicos positivos entre o grupo HIV+/ ECS+ foi comparável à amostra do HIV-. Os achados apresentam oportunidades para intervenções otimizarem fatores psicológicos positivos e melhorarem potencialmente o envelhecimento cognitivo bem sucedido entre idosos HIV+.
O presente estudo se mostra de extrema relevância dentro da Psicologia da Saúde ao fornecer suporte empírico para a associação entre envelhecimento, saúde e qualidade de vida. Em conclusão, este estudo amplia a literatura limitada sobre ECS e HIV usando critérios definidos. Os achados sugerem que pesquisas futuras busquem entender melhor o curso do ECS, de forma a identificar seus preditores longitudinais entre as pessoas mais velhas que vivem com HIV.

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