O conhecimento de HIV/aids na terceira idade: Estudo epidemiológico no Vale do Sinos, Rio Grande do Sul, Brasil
Lazzarotto, A. R., Kramer, A.S.,
Hädrich, M., Tonin, M., Caputo , P., & Sprinz, E. (2008). O conhecimento
de HIV/aids na terceira idade: Estudo epidemiológico no Vale do Sinos, Rio
Grande do Sul, Brasil. Ciência &
Saúde Coletiva,
13(6), 1833-1840.
Resenhado por Claudia Mara
No Brasil os casos de HIV em pessoas com
60 anos ou mais aumentaram de 10,7 milhões para 14,5 milhões. Os estudos
apontam que nos próximos anos, esses números poderão ultrapassar os 30 milhões,
representando cerca de 13% da população brasileira na terceira idade. As
pesquisas retratam o conhecimento do HIV/AIDS entre jovens e profissionais da
saúde, mas não apresentam informações referentes às pessoas idosas.
O estudou buscou investigar de modo
transversal o conhecimento sobre HIV/AIDS, em indivíduos participantes do grupo
de convivência no Vale dos Sinos-RS. Com base na carência de pesquisas, os
pesquisadores consideraram importante obter informações sobre o tema para, quem
sabe, haver a diminuição do preconceito com portadores de HIV e servir de base
para a criação de medidas de prevenção em saúde.
Para o estudo foi desenvolvido um
questionário sobre HIV para terceira idade (QHIV3I) com os seguintes domínios:
conceito, transmissão, prevenção, vulnerabilidade e tratamento. A aplicação
ocorreu em 47 grupos de convivência da 3ª idade, pertencente a cidade do vale
dos Sinos-RS. O preenchimento do questionário foi agendado com o representante
de cada grupo. Participaram do estudo 510 idosos de ambos os sexos, com idade
média de 69 anos.
Os resultados apontaram que em relação
ao conceito a AIDS para alguns idosos é muitas vezes é visto como com um
castigo divino para aqueles que comentem pecados. Os idosos entendem que a
pessoa infectada apresenta algum sintoma da aids, tais como sistema imunológico
debilitado. Em relação a prevenção, os idosos responderam ter conhecimento
sobre o uso do preservativo como forma de impedir a contaminação.
Em síntese, o trabalho revela a
existência de lacunas sobre HIV/AIDS em pessoas da terceira idade. Além disso,
considera importante o desenvolvimento de programas específicos em saúde
publica para essa população. Abordando estratégias educativas com o objetivo de
promover mudanças comportamentais em idosos, quanto a transmissão e prevenção.
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