Inclusão social do idoso: fatores relevantes e a atuação do psicólogo

Trapp, E. H. H., Figueredo, J. de O., & Georgette, R. da Silva. (2016). Inclusão social do idoso: fatores relevantes e a atuação do psicólogo. Kairós Gerontologia, 19, 295-310.

Resenhado por Ariana Moura

O tema do envelhecimento humano está presente em todas as culturas e tem sido estudado por profissionais de diversas áreas do conhecimento, sendo atribuído principalmente ao aumento da expectativa de vida da população. Esta etapa traz perdas estruturais e funcionais e as alterações podem variar de um idoso a outro. Tais perdas fazem com que a sociedade visualize o idoso como uma pessoa improdutiva e estagnada, pois há um afastamento social decorrente da falta de um ambiente favorável e convívio com as demais gerações na sociedade.

As consequências desse isolamento enfraquecem as relações constituídas ao longo da vida, em vista de não terem mais o círculo de amizades do trabalho. Além do que, nessa fase da vida os filhos geralmente já ficaram independentes e constituíram a sua própria família. Torna-se necessário pois, a inserção do idoso em lugares apropriados, os quais trabalhem suas particularidades, seja por meio de oficinas, grupos ou cursos profissionalizantes.

Este estudo trata-se de uma revisão da literatura cujo objetivo foi descrever os aspectos do envelhecimento, bem como pontuar os fatores que levam à exclusão social do idoso, identificar meios que promovam a inclusão e demonstrar a atuação do psicólogo nesse contexto. Os resultados encontrados foram organizados em quatro categorias: (1) Sobre o Envelhecimento Populacional, onde foi observado que o contingente de brasileiros com idade acima de 60 anos, já se aproximam dos 21 milhões de cidadãos, cerca de 10% da população, devendo dobrar em termos absolutos por volta do ano de 2030. Alguns fatores justificaram esse aumento, sendo o primeiro a redução da taxa de natalidade e o segundo, a redução da taxa de mortalidade; (2) Fatores de exclusão social do idoso, onde observou-se que o papel social de cada faixa etária é determinado pelo capitalismo que determina que aquele que não produz não tem espaço. Dessa forma, o idoso começa a perder o seu valor social por não ter a mesma possibilidade de produção anterior; (3) Meios de inclusão social para a pessoa idosa, neste tópico constatou-se que o principal meio de inclusão de idosos, na atualidade, são os grupos de convivência. Estes grupos promovem a participação dos idosos, por meio de diversas atividades desenvolvidas, refletindo sobre o processo de envelhecimento, a qualidade de vida, e a valorização da própria vida; (4) Atuação do psicólogo na inclusão social do idoso, onde observou-se pesquisas realizadas em diferentes partes do país, bem como a metodologia de intervenção utilizada com idosos. Um desses estudos foi composto por três grupos de trabalho (Cuidando do Cuidador, Exercitando o corpo e a mente, e Cuidando da Saúde com Alegria) com o objetivo de proporcionar a reflexão de sentimentos, conscientização do cuidado com a saúde e  favorecer a aprendizagem de práticas anti-estresse.

Diante das possibilidades de atuação do psicólogo visando à inclusão social do idoso, existe ainda a possibilidade de outras intervenções como: orientação, aconselhamento, informação e mudança de atitudes em relação à velhice, assessoria a instituições públicas e privadas, as quais amparam e cuidam de idosos e suas famílias, apoio psicológico aos cuidadores, programas de promoção social. Assim, este estudo insere-se no escopo da Psicologia da Saúde pois trata-se de uma pesquisa voltada ao envelhecimento humano e as suas consequências sociais. A Psicologia da Saúde está interessada em promover saúde aos diversos grupos, inclusive aos idosos. Deste modo, os resultados observados nessa revisão contribuem fornecendo base para pensar novas estratégias de promoção de saúde e bem estar aos idosos.