Tratamento do transtorno de ansiedade social em crianças e adolescentes

Isolan, L., Pheula, G., Manfro, G.G.. (2007). Tratamento do transtorno de ansiedade social em crianças e adolescentes. Revista de Psiquiatria e Clínica. 34 (3), 125-132.

Resenhado por Iracema Freitas

O transtorno de ansiedade social (TAS) ou fobia social, é um transtorno de ansiedade que se caracteriza por um medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho, em que há necessidade de exposição ou avaliação de pessoas estranhas. O indivíduo teme agir de um modo que lhe seja humilhante ou embaraçoso e as situações fóbicas são evitadas ou enfrentadas com intensa ansiedade e sofrimento. Segundo dados epidemiológicos, há maior prevalência de TAS entre adolescentes que em crianças.  O TAS é um transtorno psiquiátrico comum na infância e na adolescência. Um estudo longitidunal realizado por Costello et al. (1999), evidenciou que transtornos como ansiedade social, pânico, depressão e uso de substâncias aumentavam com a idade, ao passo que o transtorno de ansiedade de separação e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade tendiam a diminuir com a idade. As modalidades de tratamento para o transtorno vão da psicoterapia ao uso de fármacos.
O objetivo do artigo foi avaliar as diferentes abordagens terapêuticas, tanto psicoterápicas quanto farmacológicas, utilizadas nesse transtorno. A pesquisa realizou uma revisão bibliográfica através da base de dados PubMed, Lilacs, PsycINFO e Cochrane Library, até junho de 2006, utilizando os termos “social anxiety disorder” OR “social phobia” AND  “child*” AND “adolesc*”. No tratamento farmacológico, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) e outras classes de antidepressivos, assim como benzodiazepínicos e determinados anticonvulsivantes, mostraram-se eficazes no tratamento do TAS no adulto Para os adolescentes, os dados sugeriram o uso dos ISRSs como o tratamento farmacológico de primeira escolha nessa condição, porém haveria poucos estudos voltados para crianças e adolescentes. Já no tratamento psicoterápico, a TCC apresentou maiores evidências de eficácia, o que foi atribuído à sua metodologia, já que envolve a utilização de entrevistas estruturadas, avaliadores independentes, protocolos padronizados de tratamento e múltiplas medidas de desfecho.
O TAS é um transtorno comum e que acomete grande parte da população em suas várias fases do desenvolvimento. Para a psicologia da saúde, a adolescência é uma fase que requer uma atenção, tanto no sentido profilático quanto terapêutico. Afinal, trata-se de um período que se caracteriza pela tentativa de ajustamento social, sexual, identitário e de construção de recursos psíquicos para o enfrentamento de situações adversas ao longo da vida. Ao identificar as causas do adoecimento, torna-se possível elaborar maneiras de intervenção e tratamento, tornando a promoção de saúde e bem estar será mais efetiva.

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