Mulheres com lúpus eritematoso sistêmico, sintomas depressivos e apoio social


Santos, L. M.,O. (2017). Mulheres com lúpus eritematoso sistêmico, sintomas depressivos e apoio social. Psicologia, Saúde e Doenças. 18 (1) 39-54.

Resenhado por Joelma Araújo

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença rara, que pode afetar todos os órgãos. Além disso, é autoimune, o que torna sua causa incerta, porém sabe-se que seu desenvolvimento pode decorrer da interação entre suscetibilidade genética, influências hormonais e causas ambientais. O curso da doença varia em cada indivíduo, sendo imprevisível para o mesmo paciente, pois ao longo do tempo pode ter períodos de remissão de sintomas e exacerbação. O diagnóstico se baseia em critérios clínicos e imunológicos.
            Estudos apontam que pacientes com LES, devido aos muitos danos sofridos decorrentes dos efeitos colaterais dos medicamentos e a própria manifestação da doença, possuem uma severa diminuição da qualidade de vida, prejuízos na realização das atividades diárias, além de serem prejudicados no âmbito psicológico, por depressão e ansiedade. Sendo que, sintomas depressivos nos pacientes com LES têm um caráter multicausal e multifatorial e podem permanecer despercebidos, pois muitos deles se confundem com as manifestações da doença. Pesquisas também sugerem o apoio social como um importante recurso externo para o indivíduo, ajudando no enfrentamento do estresse decorrente da doença.
Assim, este estudo tem como objetivo geral verificar a associação entre sintomas depressivos e apoio social percebido em pacientes com LES. Utilizou-se um questionário sociodemográfico, o Inventário de Depressão de Beck e a Escala de Apoio Social Percebido. Participaram 79 mulheres com média de idade de 35,7 anos. Destas, 53,17% (n=42) apresentaram níveis de sintomas depressivos de leve a grave. Quando se verificou a percepção de apoio social, os resultados mostraram níveis altos pelas participantes do estudo.
Encontrou-se também moderada correlação entre sintomas depressivos e apoio social (r=-0,45, p>0,001), de modo que quanto maior a frequência de apoio menor os escores de depressão. Diante disso, sugere-se que o apoio social, assim como já descrito em outros estudos, agiu como fator protetivo para a população estudada. Importante ressaltar que o apoio social pode influenciar para uma melhor adaptação, bem como ajudar a gerir a situação de forma eficaz.
Desta forma, os autores destacam que o aparecimento de sintomas depressivos na população portadora de LES tem um caráter multifatorial e multicausal, exigindo dos profissionais uma avaliação cuidadosa do paciente, levando em consideração não apenas os aspectos clínicos, mas também fatores psicossociais. Portanto, é fundamental à atuação do psicólogo da saúde junto equipe médica no intuito de contribuir para melhor compreensão dos aspectos emocionais vivenciados pelos pacientes, assim como poderá  estimular a família a dar o suporte social necessário e auxiliar o paciente no enfrentamento do adoecimento.


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