Transtornos da personalidade
Mazer, K.A., Macedo, B.B. D., & Jurena, M.F. (2017). Transtornos da
personalidade. Revista de
Medicina, 50(supl.1), 85-87.
doi: 10.3389/fpsyg.2017.02274
Resenhado por Iracema R. O. Freitas
O transtorno de
personalidade (TP) se caracteriza como padrão de comportamento divergente das
expectativas da cultura do indivíduo. Pessoas com TP costumam ter um repertório
limitado de emoções, atitudes e comportamentos para enfrentar problemas e
estresse da vida cotidiana. Os principais critérios para diagnóstico em TP
abrangem cognição, afetividade, funcionamento interpessoal, controle de
impulsos e as respostas desadaptativas que levam ao sofrimento para si e aos
outros. Estima-se que 9 a 15% dos
adultos apresentem algum tipo de transtorno de personalidade. Dados
internacionais apontam maior existência de TP nas áreas urbanas e entre indivíduos em contato constante com os serviços de saúde
O artigo
realizou uma revisão descritiva para apresentar o TP e informações referentes
ao diagnóstico, as comorbidades, ao curso e ao tratamento dos transtornos com
ênfase no transtorno de personalidade Borderline. Os transtornos de
personalidade (TP) são classificados em três grupos: A (Paranóide, Esquizóide,
Esquizotípica), B (Narcisista, Histriônica, Borderline, Antissocial), C
(Obssessivo-compulsiva, Dependente, Evitativa). Os resultados da revisão
apontaram que o diagnóstico foi dificultado pela condição dos sintomas que são
considerados pelo indivíduo como “seu jeito de ser”, pelas comorbidades
prevalentes que podem ocultar o transtorno e pelo uso de substâncias psicoativas. Os demais
transtornos mentais (por ex., depressão e ansiedade), associados ao TP, tenderam
a se agravar e cronificar, além de aumentar a chance de suicídios, que é a maior
causa de morte de pacientes com TP. Quanto ao curso do TP, destacou-se que o
surgimento é precoce quando ocorre na infância ou adolescência, entre os idosos
há menor prevalência do que entre os
jovens. O tratamento considerado de primeira linha para TP foi a psicoterapia, embora
o uso de tratamentos farmacológicos também seja recomendado para o controle de
sintomas nucleares e no tratamento de comorbidades.
O transtorno de
personalidade borderline tem apresentado maior demanda para tratamento,
facilitando a análise das intervenções terapêuticas. O acompanhamento deve ser multiprofissional,
com uso de fármacos estabilizadores de humor e antipsicóticos, os recursos terapêuticos
são a terapia comportamental, psicoeducação, terapia de grupo, terapia familiar
e outros.
Diante do
levantamento realizado, os pacientes com TP necessitam de tratamento que
concilie a intervenção terapêutica e medicamentosa. Enquanto o medicamento atua
nos sintomas físicos, a terapia realiza o trabalho no campo cognitivo
promovendo a capacidade de reorganização psíquica. Para a psicologia da saúde,
o estudo dos TP permite que o diagnóstico e tratamento sejam mais precisos, uma
vez que boa parte dos pacientes que procuram o serviço de saúde pode apresentar
comorbidades como doenças principais, deixando em segundo plano o TP como
doença secundária e sem o devido tratamento.
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