Ansiedade e Qualidade de Vida entre Estudantes Universitários Ingressantes: Avaliação e Intervenção


Lantyer, A. S., Varanda, C. C., Souza, F. G., Padovani, R. C. e Viana, M. B. (2016). Ansiedade e Qualidade de Vida entre Estudantes Universitários Ingressantes: Avaliação e Intervenção. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva 18(2), 4-19

Resenhado por Beatriz Reis

O interesse por estudos sobre a saúde mental na população universitária tem crescido notavelmente nos últimos anos em razão da alta exposição desta população a fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais. Exemplos de tais fatores de risco são: 1) dúvidas e decepções a respeito da escolha pela carreira; 2) necessidade de estabelecer novos vínculos; 3) exigência de uma grande carga horária destinada à dedicação ao estudo e 4) desenvolvimento de autonomia e responsabilidade na resolução de demandas acadêmicas mais complexas. Entre os transtornos mentais desenvolvidos, a ansiedade é um dos mais apresentados pelos universitários. Com base nessa demanda, e partindo da hipótese de que aspectos emocionais interferem na qualidade de vida e, por consequência, no desempenho profissional, Lantyer, Varanda, Souza, Padovani, e Viana (2016) investigaram os índices de ansiedade e de qualidade de vida entre estudantes de diferentes cursos da área da saúde de uma universidade pública, para, com base nos resultados desse estudo, desenvolverem um programa de intervenção grupal.
Para tanto, a avaliação contou com os seguintes instrumentos: Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) e questionário que avalia qualidade de vida (SF-36). Os resultados indicaram diferença significativa entre sexo, pois apontaram que as mulheres universitárias, independentemente do curso, apresentaram maior ansiedade e pior pontuação em diferentes domínios de mensuração da qualidade de vida. Já os homens, principalmente os que cursam educação física, apresentaram melhores escores em diferentes domínios da qualidade de vida.
Após tal avaliação, foi realizada a estratégia interventiva que caracterizou-se por 8 encontros grupais, com frequência semanal e duração de uma hora e meia, cujas técnicas psicoterápicas incluíram: questionamento socrático, descatastrofização, resolução de problemas, modelagem, reforçamento positivo, relaxamento (relaxamento muscular progressivo ou respiratório), habilidades sociais, role-play e treinamento em biofeedback. Finalizadas as sessões, foi realizada uma nova avaliação da ansiedade e qualidade de vida para aferir a efetividade da intervenção psicoterápica realizada. Estes novos resultados indicaram que a intervenção reduziu significativamente a ansiedade e melhorou a saúde mental dos participantes, o que sugere, como conclusão, o reforço à importância do desenvolvimento de programas de intervenção psicoterápica nas universidades durante o processo de adaptação, permanência e desenvolvimento da autonomia e das potencialidades da população universitária.


Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.