Terapia cognitivo-comportamental para transtornos de ansiedade: Uma atualização sobre as evidências empíricas / Cognitive-behavioral therapy for anxiety disorders: An update on the empirical evidence
Kaczkurkin,
A. N., & Foa, E. B. (2015). Cognitive-behavioral therapy for anxiety
disorders: An update on the empirical evidence. Dialogues in clinical neuroscience, 17(3), 337-346.
Resenhado por Luanna Silva
A terapia
cognitivo-comportamental (TCC) tem se mostrado eficaz no tratamento dos
transtornos de ansiedade, sendo associada ao aumento da qualidade de vida em
pacientes que apresentam esse diagnóstico. Essa abordagem terapêutica é
constituída pela integração de conceitos e técnicas cognitivas e comportamentais,
sendo caracterizada pela curta duração e por ser focal. A TCC visa à mudança de
respostas emocionais desadaptativas através da modificação dos pensamentos e
comportamentos. O presente estudo apresentou uma visão geral de duas das
principais estratégias utilizadas na TCC para o tratamento de transtornos de
ansiedade, a exposição e a terapia cognitiva.
A técnica de
exposição é baseada na teoria do processamento emocional. Essa teoria postula
que o medo é representado por redes associativas, mantidas por comportamentos
evitativos, que armazenam informações sobre o estímulo
temido, respostas de medo e o significado dos estímulos e respostas. Quando a
estrutura de medo é patológica, a relação entre estímulo, resposta e
significado não corresponde com a realidade. Desse modo, a finalidade da
terapia de exposição é modificar a estrutura patológica. Para tanto, primeiro a
ativa, para em seguida fornecer novas informações que contrariam as associações
irrealistas; espera-se que dessa forma o medo diminua. A exposição pode ser
imaginária, in vivo ou interoceptiva.
Usualmente, a terapia de exposição é de curta duração, sendo finalizada em
cerca de dez sessões.
Uma grande
quantidade de pesquisas tem apresentado a eficácia e efetividade da terapia de
exposição para tratamento de diferentes transtornos ansiosos. Por exemplo, em
pacientes com fobia específica, a exposição in
vivo é considerada a melhor escolha. Em casos de transtorno do pânico, a
exposição interoceptiva é amplamente usada, visando desconfirmar a ideia de que
as sensações físicas levarão a eventos prejudiciais.
Por sua vez, a
terapia cognitiva, baseada na teoria desenvolvida por Aaron T. Beck, defende
que que o modo como vemos e interpretamos a realidade influencia na forma como
sentimos e nos comportamos. Assim, a terapia cognitiva objetiva tratar os
pensamentos distorcidos, buscando alcançar uma avaliação realista, a fim de
produzir melhora no humor e no comportamento. Para alcançar esse intento,
propõe uso de técnicas como identificação de crenças distorcidas, exame de
evidências, reestruturação cognitiva, psicoeducação, entre outras. Tarefas de
casa são próprias da terapia cognitiva e possibilitam que o paciente coloque em
prática as habilidades aprendidas durante a sessão.
Em pacientes
diagnosticados com transtorno de ansiedade generalizada, as técnicas cognitivas
ajudam a diminuir a preocupação excessiva. Estudos sugerem que em associação
com a exposição, quando comparada com o uso de relaxamento e lista de espera,
são encontrados melhores resultados a longo prazo. No transtorno de ansiedade
social, a terapia cognitiva possibilita que o paciente identifique e mude
fatores cognitivos associados a manutenção do transtorno.
Considerando que
os transtornos ansiosos são altamente prevalentes na população e causam intenso
sofrimento aos pacientes, é importante que psicólogos da saúde se debrucem
sobre esse tema, buscando conhecer e pesquisar tratamentos que apresentem
evidências de eficácia e efetividade, como a terapia cognitivo-comportamental.
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