Orientação de pais de crianças com fobia social

Porto, P. (2005). Orientação de pais de crianças com fobia social. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 1(1), 101–110.

Resenhado por Danielle Alves Menezes

A fobia social é uma condição precoce, geralmente com origem na infância e pico na adolescência, por volta dos 15-16 anos. É caracterizada como medo patológico de agir de forma constrangedora ou inadequada na presença de outras pessoas. É também vista como preditora de depressão, transtornos de ansiedade, como a agorafobia, e do alcoolismo. Por isso é importante o tratamento precoce devido as suas implicações para o desenvolvimento do indivíduo, desempenho acadêmico e relacionamentos sociais.
Os pais têm um papel fundamental, já que é no seio familiar que comportamentos podem ser adquiridos ou reforçados. Há evidências de que a relação entre o estilo de vínculo parental influencia os próximos relacionamentos sociais da criança.  Especificamente, vínculos pai-filho seguros e relacionamento maternal acolhedor são fatores que podem facilitar que a criança participe de grupos sociais, estabeleça relacionamentos saudáveis com pares e favoreça o comportamento pró-social da criança.
Uma das possibilidades clínicas cruciais, portanto, é a orientação de pais. Ela acontece por meio da psicoeducação sobre o que é a fobia social  e sobre os objetivos do tratamento. Deve-se abrir espaço também para acolher crenças e expectativas dos pais em relação ao seu próprio comportamento e dos filhos, tendo como objetivo avaliar as habilidades parentais.
A psicologia da sáude, como disciplina que enfatiza a contribuição dos aspectos psicológicos nos comportamentos de saúde, auxilia a compreesão de que mudanças significativas podem ser impulsionadas inicialmente, a partir do treino de habilidades para os pais, estimulando a criação de um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento da saúde mental de crianças.

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