Terapia cognitivo-comportamental breve para sintomas de ansiedade e depressão / Brief cognitive-behavioral therapy for anxiety and depressive symptoms
Moreno,
A. L., & Carvalho, R. G. N. (2014). Terapia cognitivo-comportamental breve
para sintomas de ansiedade e depressão. Revista Brasileira de Terapias
Cognitivas, 10(2), 70-75. doi:10.5935/1808-5687.20140012
Resenhado
por Millena Bahiano
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem psicoterápica
bastante utilizada no acompanhamento de pacientes com variados tipos de
adoecimento mental. A partir da compreensão diagnóstica do problema e o
estabelecimento de estratégias clínicas focadas, a TCC tem apresentado bons
resultados no tratamento das desordens mentais e na minoração de sintomas
psicológicos ocasionados pela doença. A literatura indica que a TCC tem sido
uma opção breve e eficaz, a qual gera bons resultados nos atendimentos e
cuidados prestados ao indivíduo em sofrimento mental.
Este
estudo objetivou avaliar o
efeito dos atendimentos breves na abordagem da TCC em pacientes com sintomas de depressão e ansiedade, bem
como, analisar alterações
na
qualidade de vida desses participantes no período da pesquisa. Para tanto, foram
analisados os prontuários de atendimento de pacientes de uma clínica-escola de
um curso de Psicologia. Como critério de inclusão foram selecionadas as pessoas
com idade superior a 18 anos e que já haviam relatado sintomas depressivos e
ansiosos em seus atendimentos. Por fim, 21 pessoas constituíram a amostra final
da pesquisa. Os instrumentos utilizados na investigação da ansiedade, depressão
e qualidade de vida foram: o Inventário
de Ansiedade de Beck (BAI), Inventário
de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Pensamentos Ansiosos (IPAn) e o
Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde
(WHOQOL-Bref). A fim de efeitos comparativos, todos os instrumentos
relacionados foram aplicados na primeira sessão e reaplicados na última sessão.
Nos resultados,
observou-se que a média de
idade dos participantes foi de 35,6 anos (DP = 13,02), 47,61% possuíam o ensino
médio completo. A maioria da amostra foi composta por pessoas do sexo feminino
(85,6%) e de solteiras (66%). Dentre
os achados apontados, viu-se que antes da intervenção a ansiedade foi avaliada
em nível moderado e após as intervenções, os participantes tiveram a ansiedade
diminuída para nível leve. A avaliação dos sintomas depressivos não se alterou
na amostra, permanecendo as características de depressão leve nos dois momentos
de intervenção. Quanto a investigação sobre a qualidade de vida, os atendimentos breves em TCC contribuíram significativamente para a melhora da
qualidade de vida no momento da pesquisa. Em
suma, o estudo sugeriu que as intervenções em TCC podem auxiliar na promoção de
saúde, principalmente, em locais onde ainda há uma carência de profissionais ou
de recursos que limitam a possibilidade de atendimentos psicológicos mais
extensos.
Ademais,
o uso de intervenções nos atendimentos em saúde que sejam voltados a
resolutividade do problema e melhora do quadro clínico do paciente também favorece
a redução dos custos e ganhos em saúde. Para a Psicologia da Saúde, a utilização da
TCC no tratamento de sintomas e transtornos psicológicos se faz relevante, além
de que pode otimizar os cuidados prestados na atenção à saúde mental do
indivíduo em variados espaços de promoção e recuperação de saúde.
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