Intervenção cognitivo-comportamental em transtorno de ansiedade: Relato de Caso
Oliveira, M. I. S. D. (2011).
Intervenção cognitivo-comportamental em transtorno de ansiedade: relato de
caso. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 7(1),
30-34.
Resenhado por Joelma Araújo
A ansiedade é uma reação natural do corpo,
que em excesso pode se tornar prejudicial, levando o individuo a apresentar sinais
e sintomas somáticos e psicológicos. Um dos diagnósticos mais comuns nesses
casos é a Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), no qual os pacientes
preocupam-se em demasiado com o futuro e cometem vários erros do pensamento
como, por exemplo, a catastrofização. Segundo a APA, o quadro é caracterizado
por excessiva ansiedade e preocupação (expectativa apreensiva), que estão presentes
com elevada frequência durante pelo menos seis meses e repercutem em uma série
de acontecimentos ou atividades.
A
abordagem cognitiva comportamental em casos de ansiedade de ajustamento ou generalizada
enfatiza a resolução de problemas e a melhoria na habilidade de escolhas. A proposta
do estudo de caso é mostrar o manejo terapêutico desses transtornos de
ansiedade por meio de técnicas que possibilitaram a promoção da autonomia do
sujeito (psicoeducação, conceituação cognitiva, reestruturação cognitiva, teste
de evidências, análise das vantagens e desvantagens das tomadas de decisões
possíveis e resolução de problemas).
Paciente do sexo masculino, 30 anos,
solteiro, desempregado, morava com o irmão, cunhada e sobrinhos. O mesmo
apresentava preocupações excessivas que tanto eram baseadas na realidade (sua
falta de emprego) quanto eram distorcidas pela ansiedade e interpretações
errôneas dos eventos. O psicoterapeuta buscou estimula-lo a verificar as
evidências a favor e contra suas ideias e a perceber o quão disfuncional e
errônea era a interpretação feita por ele.
Com as estratégias de resolução de
problemas, o mesmo pode entender o processo terapêutico e perceber que tinha
escolhas (buscou trabalhar com vendas), ao final permaneceu com algumas
preocupações, mas a ansiedade reduziu. Importante ressaltar que os atendimentos
ocorreram em um ambulatório de referência em saúde mental do município, e que depois
o mesmo foi encaminhado para um grupo terapêutico. Foram necessárias 12 semanas
para o processo, com bons resultados e tendo sido alcançado o objetivo principal.
Desta forma, percebe-se a importância do uso
de técnicas psicoterapêuticas fora da clinica tradicional. Além disso, cabe
ressaltar a relevância da rede de atenção à saúde mental e como o psicólogo da
saúde, que também está inserido nesses serviços, contribui na atenção básica
com atendimentos individuais, seja na prevenção, tratamento ou promoção de
saúde.
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