Interventions to improve the experience of caring for people with severe mental illness: Systematic review and meta-analysis/ Intervenções para melhorar a experiência de cuidar de pessoas com doença mental grave: Revisão sistemática e metanálise
Yesufu-Udechuku, A., Harrison, B., Mayo-Wilson, E.,
Young, N., Woodhams, P., Shiers, D., & Kendall, T. (2015). Interventions to
improve the experience of caring for people with severe mental illness:
Systematic review and meta-analysis. The
British Journal of Psychiatry, 206(4), 268-274. DOI 10.1192/bjp.bp.114.147561
Resenhado por
Luanna Silva
O cuidado
informal é aquele prestado por familiares ou amigos que fornecem assistência e
apoio regulares a alguém adoecido. Ainda que cuidar de alguém possa ser uma
experiência positiva, é preciso considerar que essa atividade é frequentemente
associada a consequências negativas, tais como prejuízos na saúde física e
mental, necessidade de adaptações na rotina, dificuldades de enfrentamento e
afastamento do trabalho. A desinstitucionalização psiquiátrica promoveu intenso
aumento no número de pessoas com doenças mentais graves que recebem os cuidados
necessários dentro da própria comunidade. Apesar disso, a maioria das
intervenções promovidas pelos serviços assistenciais foca apenas no portador do
transtorno, negligenciando os cuidadores.
O objetivo dessa
revisão foi investigar intervenções fornecidas por serviços de saúde e
assistência social para pessoas que cuidam de alguém com doença mental grave.
Os autores pesquisaram por ensaios clínicos randomizados publicados
desde o início das bases de dados até junho de 2013, sem restrições de idioma. A
busca foi realizada nas seguintes bases de dados: CENTRAL, CDSR, DARE, HTA,
EMBASE, Medline, Medline In-Process, AEI, ASSIA, BEI, CINAHL, ERIC, IBSS,
PsycINFO, Sociological Abstracts e SSA. Ao final, foram analisados 20 estudos,
de 8 países diferentes.
Os resultados
mostraram que intervenções voltadas para os cuidadores ajudam a melhorar a
experiência de cuidado, assim como têm efeito positivo sobre a qualidade de
vida do cuidador. Foi reportada ainda diminuição da sobrecarga e sofrimento
psicológico. Terapia de grupo e psicoeducação foram as estratégias de
intervenção mais utilizadas nos estudos analisados, porém não foi possível
identificar com clareza qual tipo de intervenção é mais eficaz. Pode-se
afirmar, no entanto, que independente da proposta utilizada, a intervenção
voltada especificamente para ajudar os cuidadores é bastante benéfica, visto
que o cuidador desenvolve importante papel no processo terapêutico do paciente
diagnosticado com transtorno mental severo. Evidências apontam que a melhora na
adesão ao tratamento e a redução de recaídas são alguns dos fatores influenciados
pelas intervenções familiares.
É preciso
considerar a necessidade que os cuidadores têm por ajuda, não apenas como alguém
que cuida, mas como indivíduos. A avaliação de cuidadores sugere que essa é uma
população que precisa de apoio, seja para melhorar o cuidado ou para reduzir o
sofrimento psicológico, e intervenções focadas no cuidador devem ser
consideradas. Através de estudos e pesquisas sobre o tema, a Psicologia da
Saúde pode ajudar a chamar atenção para a necessidade de que seja oferecida
devida assistência aos cuidadores de portadores de transtornos mentais severos,
assim como contribuir nos serviços prestados.
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