Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): Uma instituição de referência no atendimento à saúde mental
Ferreira, J. T., Mesquita, N. N. M., da Silva,
T. A., da Silva, V. F., Lucas, W. J., & Batista, E. C. (2016). Os Centros
de Atenção Psicossocial (CAPS): Uma instituição de referência no atendimento à
saúde mental. Revista Saberes, Rolim de Moura, 4(1), 72-86.
Resenhado por Joelma Araújo
A saúde mental
no Brasil, ao longo dos anos, ganhou uma lógica de tratamento mais humanizada.
O conceito de loucura sofreu alterações, assim como a forma de tratamento não é
mais pautada em uma assistência hospitalocêntrica e manicomial. Graças a lutas populares
e ação política, o paciente com transtorno mental severo passou a ser cuidado a
partir de outro paradigma de saúde, o qual visa à reabilitação psicossocial.
Com a Reforma
Psiquiátrica iniciada na década de 70, foi instaurado um processo de mudança
dos serviços de saúde mental, sendo criados os serviços substitutivos aos
manicômios, que aos poucos foram sendo extintos. O principal dispositivo é o Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS), o qual oferece atendimento aos pacientes de seu
território, aqueles com transtornos mentais severos e persistentes que
necessitam de tratamento intensivo, semi-intensivo e não intensivo, ou ainda, serviço
ambulatorial de atenção diária.
O CAPS faz parte
de uma rede de assistência à saúde, e assim trabalha de forma articulada com os
outros dispositivos e com a família do individuo. É realizado o acompanhamento clínico, visando à reinserção
social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos
civis, além de buscar fortalecer os laços familiares e comunitários. Esse
equipamento de saúde mental possui especificidades a depender da demanda, estrutura
física, profissionais e diversidade nas atividades terapêuticas. Sendo
subdividido em: CAPS I e CAPS II – ambos atendem diariamente adultos, com transtornos mentais severos
e persistentes. A especificidade I e II depende do número de habitantes do
município de sua abrangência; CAPS III –
atende pelo dia e noite adultos, durante sete dias da semana, com
transtornos mentais severos e persistentes; CAPSi– destinado para
atendimento diário à crianças e adolescentes com transtornos mentais; CAPSad– para
atendimento diário a população com transtornos decorrentes do uso e dependência
de substâncias psicoativas, como álcool e outras drogas. Esse último tipo de
CAPS possui leitos de repouso com a finalidade exclusiva de tratamento de
desintoxicação.
O presente
artigo, utilizando-se da pesquisa bibliográfica de natureza exploratória,
apresenta a criação e evolução do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no
Brasil, contextualiza inicialmente com alguns pontos norteadores: história da
saúde mental e a reforma psiquiátrica no Brasil. Os autores pontuam que a
atuação do CAPS no Brasil consegue atender aquilo que se propõe a reforma psiquiátrica,
que é promover atendimento humanizado à pessoa em sofrimento psíquico.
Desta forma, o
atendimento nos CAPS muda a lógica de assistência aos pacientes com transtornos
severos, ao ser o ponto da rede de saúde que atende diretamente os usuários que
anteriormente eram segregados e hoje são estimulados a serem reinseridos no seu
meio social. Saúde, como bem se sabe, envolve a dimensão biopsicossocial e
reinserção social é promover saúde. O trabalho da equipe dos CAPS busca, então,
ver a integralidade e complexidade do indivíduo. Cabe, portanto, ao psicólogo
da saúde inserido nesse cuidado, instigar toda a equipe para esse olhar
diferenciado.
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