Contribuições da Psicologia do Envelhecimento para as práticas clínicas com idosos
Batistoni,
S. S. T.(2009). Contribuições da Psicologia do Envelhecimento para as práticas
clínicas com idosos. Psicologia em Pesquisa - UFJF, 3(02), 13-22.
Resenhado por Iracema R.O. Freitas
A psicologia do
envelhecimento tem por objetivo compreender os processos posteriores à vida
adulta, como a cognição, relações sociais, afetos, metas desenvolvimentais e
adaptação. Anteriormente, a psicologia seguia um modelo que restringia a
comparação etária (jovens e idosos), no qual a velhice era apenas considerada
como um estágio desenvolvimental, e em que se faziam necessárias estratégias de
adaptação, integração e aceitação da morte. Após um refinamento metodológico, adotou-se
o paradigma life-span de compreensão do desenvolvimento humano,
considerando a heterogeneidade intra e interindividual do envelhecimento, as
influências socioculturais, socieconômicas, psicossociais
e biológicas que atuam ao longo de toda a vida do individuo.
O processo de
envelhecimento tem mobilizado várias áreas da psicologia como a psicologia do
desenvolvimento, a psicologia social, a psicologia clínica e a psicologia do
trabalho e das organizações, que têm buscado revisar e atualizar formas de
atuar a fim de atender às demandas advindas dessa fase da vida. Os avanços
dessas áreas favoreceram outras áreas voltadas para atenção ao idoso, como por
exemplo, a gerontologia, que pôde se beneficiar do saber psicológico. A psicologia
cognitiva, a psicologia da aprendizagem e a psicometria vêm buscando descrever
e explicar tanto os processos de declínio, quanto os de manutenção, bem como o
desenvolvimento em determinados domínios psicológicos específicos da velhice.
O artigo
apresenta uma revisão teórica acerca de alguns avanços a respeito da relação
entre envelhecimento e psicologia, além das implicações clínicas tanto para a psicologia
quanto para a gerontologia. Segundo os autores, as práticas psicológicas
receberam a contribuição teórica de quatro modelos clássicos, são eles: (1) a teoria
SOC – teoria da seleção, otimização e compensação de Baltes; (2) a teoria da seletividade
socioemocional, (3) a dependência aprendida, e (4) o construto de qualidade de
vida na velhice de Lawton. No campo clínico, o paradigma life-span enfatiza
a necessidade dos psicólogos se familiarizarem com as mudanças cognitivas,
problemas de vida diário dos idosos, características psicopatológicas e
metodologias de avaliação que tornem o cuidado mais preciso e eficaz.
A psicologia da
saúde compreende que, para que haja um acompanhamento da população idosa,
torna-se necessário observar certas peculiaridades, tais como os contextos em
que vivem, por exemplo, se são institucionalizados ou não, as limitações
decorrentes de desgastes físicos naturais ou decorrentes de doenças crônicas, a
condição de saúde mental e outras variáveis que possam ser relevantes para o
atendimento clinico.
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