Prevenção e promoção da saúde mental no envelhecimento: Conceitos e intervenções
Leandro-França, C., & Murta, S. G. (2014). Prevenção e promoção da
saúde mental no envelhecimento:
Conceitos e intervenções. Psicologia: Ciência e Profissão, 34(2),
318-329. doi: 10.1590/1982-3703001152013
Resenhado por Thais Aragão
A população
idosa vem aumentando nos últimos 10 anos, não somente em países desenvolvidos.
A previsão é que o Brasil, até 2020, esteja entre os países com mais pessoas
idosas no mundo. Tal fenômeno na saúde é chamado de “revolução da longevidade”
e requer políticas públicas que possam estabelecer intervenções que viabilizem
a promoção de uma velhice saudável e ativa. Essas ações estão contempladas no
Plano Internacional de Ação sobre o Envelhecimento, aprovado em Madrid, pelos
países membros da ONU, na Constituição de 1988, na Política Nacional do Idoso e
no Estatuto do Idoso.
O presente
artigo objetiva conhecer, através dos aspectos históricos e conceituais sobre
prevenção e promoção da saúde mental dos idosos, como o envelhecimento no mundo
atual tem se configurado e quais intervenções são direcionadas a esse publico,
tendo em vista que esse processo deve ser vivenciado com autonomia,
reconhecimento de direitos, segurança, bem-estar e saúde. Para isso, foi
realizado um trabalho de revisão teórica das literaturas nacional e internacional
sobre o tema.
Com base
nessa revisão, o termo “envelhecimento ativo” foi adotado para denominar a
velhice como um processo natural do ciclo da vida, que é determinado
através de fatores culturais e de gênero, além dos aspectos pessoais,
comportamentais, econômicos, sociais, ambientais, de saúde física e mental. Dentre
esses aspectos, a saúde
mental da pessoa idosa merece especial atenção, pois os idosos são
caracterizados como um grupo populacional de alto risco para a depressão e
suicídio. Fatores psicológicos (solidão, inatividade, inutilidade, falta
de projeto de vida e tendência a reviver o passado), fatores familiares (perda
dos familiares, viuvez, mudança de domicílio e situações de desamparo), fatores de ordem social (aposentadoria,
perda do prestigio social, isolamento social, atitude hostil e pejorativa da
sociedade), bem como doenças crônicas (Parkinson e Alzheimer), abuso de álcool
e outras drogas são fatores de risco ao suicídio nessa fase da vida.
Considerando
o conceito histórico de prevenção e promoção da saúde, percebe-se que ele
passou por alguns processos adaptativos até chegar ao atual, que entende a
promoção da saúde como uma área específica da prevenção e destaca a integração
entre prevenção, promoção e tratamento, sendo proposto que essas áreas se
complementem em suas atribuições. Estudos sobre intervenções preventivas e de
promoção da saúde mental de pessoas idosas são escassos na literatura,
demostrando que os idosos não são alvos muito frequentes dessas ações e, quando
o são, têm como foco principal a potencialização de competências e recursos
para enfrentar os eventos estressores em detrimento da redução dos riscos de
surgimento de problemas ou transtornos.
Os
resultados deste estudo recomendam que haja uma articulação entre a ciência,
estado, sociedade, famílias, comunidade, profissionais de saúde, entidades
públicas e privadas nas ações de intervenção de prevenção e promoção da saúde
mental da população idosa.
Investir em prevenção de doenças
e promoção da saúde mental no envelhecimento se faz importante para a Psicologia
da Saúde, uma vez que esta tem o objetivo de promover uma velhice saudável.
Tais ações são essenciais na redução de risco de surgimento de transtornos como
depressão, ansiedade e suicídio em pessoas idosas.
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