Ansiedade diante da morte em enfermeiros e profissionais da saúde
Death anxiety among nurses
and health care professionals: A review article
Nia, H. S., Lehto, R. H., Ebadi, A.,
& Peyrovi, H. (2016). Death anxiety
among nurses and health care professionals: A review article. International
journal of community based nursing and midwifery, 4(1), 2.
Retrieved from https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4709813/
Resenhado
por Luiz Guilherme L. Silva.
A morte é um evento ansiogênico para muitas pessoas e a forma de
encará-la é fortemente influenciada pelas experiências pessoais e por fatores
socioculturais. A ansiedade relacionada à morte é um estado afetivo de caráter
negativo desencadeado pela inevitabilidade da morte de alguém e que pode estar
presente no cotidiano de enfermeiros e outros profissionais de saúde. Esse tipo
de ansiedade pode afetar a autoeficácia dos profissionais de saúde assim como o
desempenho em cuidar dos pacientes terminais, uma vez que o medo tende a impactar
negativamente seus comportamentos de cuidado em pacientes em vulnerabilidade
extrema. Desse modo, o artigo buscou examinar a ansiedade relacionada à morte e
estratégias de coping em
profissionais de saúde de diversas culturas.
Para realizar esse estudo foi feita uma revisão de literatura limitada às
ciências da saúde usando as palavras death
anxiety, fear of death, nursing, health care e thanatophobia
nas plataformas PubMed, Science direct, CINAHL e PsychInfo. O critério de
inclusão utilizado foi ser artigos publicados em inglês a partir do ano 2000.
Como critério de exclusão foram incluídos comentários breves, estudos teóricos
e artigos que não estivessem em inglês. Após a análise da literatura, foram
selecionados 38 artigos dentre os quais 3 eram de aspecto qualitativo.
Evidenciou-se em um estudo japonês que o medo da morte estava associado
com menos atitudes positivas relacionadas ao cuidado de pacientes terminais.
Outra pesquisa realizada no Irã encontrou resultados similares, uma vez que
enfermeiros com maior escore de medo de morte tinham mais atitudes negativas em
cuidar de pacientes em vulnerabilidade extrema. Uma pesquisa realizada com
enfermeiros da oncologia nos Estados Unidos demonstrou que aqueles menos
experientes eram mais suscetíveis a maiores níveis de ansiedade e evitação do
que enfermeiros mais experientes.
As principais estratégias de coping
usadas por enfermeiros e profissionais de saúde foram o humor, a clareza
emocional – um componente necessário para monitorar sentimentos pessoais para
guiar pensamentos e ações –, assim como espiritualidade e manutenção do
autocuidado. Também se encontrou uma associação positiva em grupos de
profissionais da saúde e cursos relacionados a cuidados paliativos e morte,
visto que aqueles que tinham conhecimento prévio acerca dessas temáticas
apresentavam menores níveis de ansiedade relativos à morte e ao cuidado de
pacientes em vulnerabilidade extrema.
A ansiedade de enfermeiros e outros profissionais da saúde é um tema
relevante para a Psicologia da Saúde, uma vez que essa emoção pode afetar
negativamente a eficácia dessa categoria assim como privar pacientes em estado
terminal de receber cuidados paliativos de qualidade. Portanto, vale ressaltar
que o ensino de Tanatologia e cuidados paliativos bem como a psicoeducação dos
profissionais de saúde é importante para a diminuição dos níveis de ansiedade e
melhora do desempenho nessa população a fim de que possam ser ofertadas
melhores condições para que os pacientes tenham uma morte digna.
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